5G e os seus efeitos para a logística
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A nova geração da internet promete revolucionar a forma que transportamos mercadorias

Eletroeletrônicos que são ligados pelo comando de voz. Aspiradores de pó que são acionados sozinhos diante do menor vestígio de sujeira. Portas que se abrem com sistemas de biometria. Tudo isso que antes, parecia mais ter saído das engenhocas do desenho ‘Os Jetsons’, está cada vez mais próximo de nós.

E o que possibilitará, progressivamente, esse avanço e praticidade é a internet 5G, a quinta geração de internet móvel. Ela promete uma velocidade 20x maior que a 4G, uma conexão estável com velocidade ultrarrápida capaz de baixar e enviar arquivos instantaneamente. Além de ligar muitos objetos à internet, ao mesmo tempo, reduzindo o tempo de resposta entre diferentes dispositivos.

Uma das atividades que mais poderão se beneficiar com os avanços desta tecnologia é a logística. Sem dúvida, a combinação IoT (Internet of Things – em tradução internet das coisas) e redes 5G vai melhorar a capacidade de rastreamento e fluidez de mercadorias, garantem os especialistas.

“A nossa sociedade caminha em razão exponencial para o mundo digital e o 5G criará uma plataforma para que todas as tecnologias emergentes possam estar conectadas. Com o 5G, teremos o avanço nos conceitos de velocidade e capacidade de múltiplos dispositivos em um mundo IoT”, afirma Roberto Giannetti, presidente do LIDE Energia (Grupo de Líderes Empresariais) que vêm estudando o assunto de perto.

Para ele, a melhoria do grau de velocidade e latência das tecnologias relacionadas à rastreabilidade de cargas e veículos será em real time (tempo real), tornando as operações de transporte mais eficazes e seguras. A latência é o tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet – aquele certo “delay” que fica bastante evidente para quem realiza ligações em vídeo.

“Por exemplo, o uso de drones com câmeras permitirá um acompanhamento remoto de todo sistema logístico, fazendo com que seja um instrumento eficaz de gestão, fiscalização, e segurança”, esclarece Giannetti destacando que outra característica do 5G é conectar bilhões de dispositivos otimizando a cadeia de armazenamento e distribuição.

Atualmente, os sistemas eletrônicos de segurança já dependem muito de conectividade via wi-fi e redes móveis, principalmente aqueles com acesso remoto do usuário. Nesse sentido, o 5G será responsável por criar possibilidades melhores. Assim, rastreadores e sensores devem se multiplicar e ficará mais fácil para os sistemas mapearem ao mesmo tempo o veículo, a carga, o trânsito, as pessoas e os arredores.

Além disso, serviços integrados, como o de meteorologia, podem também ajudar na projeção de riscos e de fluxo nas ruas.

No entanto, esse impacto não será sentido apenas no setor privado. A segurança pública também se beneficiará da tecnologia 5G ampliando as possibilidades de monitoramento e vigilância em vias públicas, com o uso de IA – Inteligência Artificial para reconhecimento facial, e integração e compartilhamento de grandes bancos de dados, por exemplo.

Outro aspecto é que o 5G permitirá experiências mais ricas de consumo on-line possibilitando a visualização dos produtos. E o aumento da compra virtual traz impacto no sistema de logística, e por consequência no transporte rodoviário de cargas.

Algumas empresas como Google, Huawei e Tesla têm investido em veículos autônomos, inclusive caminhões, que só a 5G viabiliza. Afinal, a nova rede faz com que as máquinas se comuniquem, entre si e com os sensores nas vias, muito mais rapidamente. Desta forma, os veículos conseguem se ajustar mais efetivamente a qualquer mudança no trânsito.

A nova rede de internet móvel já está em uso em países como Coreia do Sul, China, Estados Unidos e Japão, mas ainda não estreou oficialmente no Brasil. Aliás, a expectativa é que ainda leve cerca um ano para sua implementação no País. Isso só deverá ocorrer após o leilão de frequências, que teve seu edital aprovado em fevereiro e a expectativa é de que a disputa pelas redes de internet aconteça ainda no primeiro semestre de 2021. E a partir daí, a companhia vencedora terá de garantir o 5G em grandes cidades a partir de 31 de julho de 2022. Vamos aguardar.


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