O custo dos congestionamentos nas duas principais regiões metropolitanas do País — Rio de Janeiro e São Paulo — ultrapassou R$ 98 bilhões em 2013, valor superior ao PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas, de 17 Estados, entre eles Espírito Santo, Ceará, Pará e Mato Grosso.
O valor equivale a 2% do PIB brasileiro e a 2,3 vezes o investimento previsto na concessão de 7.500 km de rodovias para os próximos 25 anos. Os dados foram divulgados no estudo “Os custos da (i)mobilidade nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo”, do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado Rio de Janeiro).
O levantamento aponta que os períodos de pico nas duas regiões metropolitanas já atingem 11 horas, sendo que no Rio de Janeiro ocorrem das 5h30 às 11h e das 14h30 às 19h30; e em São Paulo das 5h30 às 8h30, das 10h30 às 14h30 e das 17h30 às 19h.
Na região metropolitana do Rio de Janeiro, o tempo perdido todo dia em congestionamentos de 130 km, em média, trouxe prejuízo econômico de R$ 29 bilhões em 2013, o que equivale a 8,2% do PIB metropolitano.
A estimativa é de que em 2022 a extensão dos congestionamentos poderá atingir 182 km e o custo seja de R$ 40 bilhões. A previsão considera a hipótese de que não sejam realizados novos investimentos além dos já previstos relacionados à ampliação da infraestrutura de transportes (especialmente trem, metrô e barcas) e também as projeções de crescimento populacional e de frota de veículos nos próximos anos.
Já nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, os congestionamentos atingiram, em média, 300 km por dia em 2013 e o custo relacionado foi de R$ 69,4 bilhões. O valor equivale a 7,8% do PIB metropolitano.
De acordo com as estimativas da Firjan, não havendo intervenções para ampliar significativamente o transporte de massa, os congestionamentos poderão atingir 357 km em 2022, ao custo de R$ 120 bilhões.
Soluções
De acordo com a Firjan, a principal solução para a questão de mobilidade urbana é a realização de um planejamento integrado, que envolva todos os municípios metropolitanos e permita a desconcentração da oferta de atividades — como educação, saúde, comércio e produção industrial — levando infraestrutura e emprego para perto de onde moram as pessoas.
A atual concentração, segundo a Federação, obriga a população a realizar longos deslocamentos diários, em um mesmo sentido e horário. A ampliação da cobertura de transporte de massa, com ramificação para áreas de grande concentração habitacional, evitaria a utilização excessiva do transporte rodoviário, ajudando a melhorar sensivelmente a mobilidade.
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