Tecnologia evita milhões de reais em prejuízos no transporte de cargas
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*Eliel Fernandes

Desde que roubos e furtos de cargas se tornaram frequentes no Brasil, na segunda metade da década de 1990, surgiu a necessidade de aumentar a segurança nas mais variadas etapas do processo de transporte. 

Nesse cenário, começamos a aperfeiçoar a atuação no mercado de gerenciamento de riscos, por meio de ferramentas importantes para transportadores e embarcadores, como o cadastro positivo de motoristas. 

É importante destacar que, naquela época, não tínhamos ações requintadas como temos hoje para prevenir e mitigar roubos de cargas. Para ter uma ideia, alguém que roubava uma carga em Belém podia ir para Curitiba e, então, continuar a praticar esse crime, sem ser identificado ou punido. 

A situação era muito delicada; seguradoras não queriam mais fazer seguros de cargas, por exemplo, e diante disso, criamos o cadastro positivo de motoristas. Dessa forma, transportadores e embarcadores passaram a ter a oportunidade de contratar profissionais idôneos e, assim, tornar o transporte de cargas mais seguro aos envolvidos. 

Já no caso dos motoristas, ao fazer parte do cadastro positivo, o profissional tem um atestado de boa conduta e, consequentemente, muito mais facilidade para ser contratado para transportar cargas. 

Inteligência artificial

Hoje, o cadastro positivo é a principal ferramenta no plano de gerenciamento de riscos, já que temos o histórico do comportamento de motoristas nas últimas décadas. 

Porém, o mais relevante desse cadastro é o uso do sistema de reconhecimento facial, que identifica clonadores de documentos. Implementamos a ferramenta, quando identificamos que criminosos estavam assumindo a identidade de motoristas idôneos, clonando seus documentos e afirmando ser o profissional contratado para, então, desviar cargas. 

A tecnologia já evitou mais de R$ 234 milhões em prejuízos e mais de 340 clonadores identificados, desde 2019. Isso significa que, se o gerenciamento de riscos não interviesse, mais criminosos estariam comemorando seus roubos pelo país e, logicamente, empresas seriam muito prejudicadas. 

Como o cadastro funciona?

O cadastro consulta e analisa a exposição aos riscos das viagens e estabelece o perfil adequado a cada tipo de embarque, com base no cruzamento de informações sobre a carga, o veículo e o profissional, proporcionando maior segurança e agilidade da operação. 

É importante ainda salientar que as soluções são totalmente adaptadas para a Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD); temos também uma aplicação web exclusiva para auxiliar clientes no tratamento adequado aos dados pessoais dos profissionais consultados. 


*Sobre Eliel Fernandes: CEO e co-fundador da Buonny, empresa que ocupa posição de liderança no fornecimento de soluções, baseadas em serviços e tecnologia inovadoras de ponta para o mercado brasileiro securitário e de logística, com foco em gerenciamento de riscos e em ganhos de eficiência operacional para os seus clientes e parceiros.

Ao longo dos últimos 26 anos, compartilhou com Cyro Buonavoglia o desafio de liderar o time na construção de uma organização pioneira, que cria soluções para tornar o transporte rodoviário de cargas mais seguro, confiável e eficiente. Anualmente, atua no gerenciamento de riscos de operações que movimentam um total de R$ 200 bilhões em mercadorias.

Como consequência de estratégia, fortemente pautada pela inovação e pelo ideal de contribuir para a construção de um Brasil mais seguro e produtivo, em 2020 a Buonny foi escolhida para se tornar parte da Niche Partners, gestora integrante do fundo SK Tarpon. A aliança com a Niche marca o início de um novo ciclo de expansão para a Buonny.

Profissional de carreira, atuou no mercado securitário por 14 anos onde teve a oportunidade de adquirir especialização técnica em transportes nacionais e internacionais, RCG, incêndio, lucros cessantes, inspetor de riscos, comissário de avarias e mais 28 anos em GR. São 42 anos de experiência no mercado.


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