Produção de caminhões cresce 5,2% em novembro
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A produção de caminhões somou 11.474 unidades no Brasil em novembro de 2020, o maior volume para o mês desde 2014. Apesar da falta de insumos e da alta do dólar, setor deve produzir 100 mil unidades até o fim do ano

A produção de caminhões somou 11.474 unidades no Brasil em novembro de 2020. Esse volume é o maior para o mês desde 2014, quando foram feitos 11.778 caminhões no País. Em relação aos 10.902 caminhões fabricados em outubro, a alta foi de 5,2%.

Na comparação com novembro de 2019, quando foram feitos 8.764 caminhões a produção foi 30,9% maior. Os números foram divulgados na manhã desta segunda-feira (7) pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea.

Apesar do bom desempenho de novembro, no acumulado dos 11 meses do ano, o número é inferior ao registrado no mesmo período de 2019. De janeiro a novembro, a produção de caminhões no Brasil foi de 80.451 unidades. Isso representa queda de 25,2% ante as 107.502 unidades feitas em 2019.

Vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini diz que os números de produção de caminhões em novembro refletem o esforço da indústria para atender a demanda do setor, que foi um dos menos atingidos pela crise. “Conseguimos, até o momento, apesar da dificuldade que estamos enfrentando com a falta de insumos e materiais.”

Produção de caminhões em 2020 será de 100 mil unidades

Segundo Saltini, em 2020 as fabricantes deverão atingir as 100 mil unidades produzidas até dezembro. “O número de novembro é robusto se considerarmos o que vivemos há alguns anos”, diz. O executivo acrescenta que as fabricantes de caminhões estão com 60% de ociosidade. Algumas fábricas operam em dois turnos não para atender a demanda, mas para cumprir as normas de distanciamento impostas pela disseminação do novo coronavírus.

De acordo com informações da Anfavea, essa recuperação da produção pode ser afetada daqui para frente. Luiz Carlos Moraes, presidente da associação, afirma que há três principais desafios a vencer. O primeiro é a desvalorização cambial, que afeta o preço de matérias-primas importadas.

Há ainda a falta de insumos, como o aço, e o agravamento da pandemia do novo coronavírus. “Esses fatores dificultam a recuperação e afetam toda a cadeia da indústria automotiva”, diz Moraes.

Pesados puxam a produção

Os caminhões pesados foram os mais produzidos em novembro de 2020. As 5.718 unidades fabricadas representam alta de 13% ante as 5.062 feitas em outubro. Na comparação com o mesmo mês de 2019, quando 4.668 unidades saíram das fábricas, o avanço foi de 22,5%.

O segundo segmento com maior volume de produção em novembro foi o de semipesados. Com 3.489 unidades, registraram queda de 0,8% na comparação com as 3.518 de outubro. Em relação à produção de novembro de 2019 (4.668), a alta foi de 22,5%.

O segmento de leves foi o terceiro com maior volume de produção em novembro de 2020. Foram 1.749 unidades, o que representa recuo de 2,7% ante as 1.798 fabricadas em outubro. Na comparação com novembro de 2019 (1.602), houve aumento de 9,2%.

Exportações continuam em baixa

Em novembro, as fábricas instaladas no Brasil exportaram 1.426 caminhões. Na prática, houve queda de 3,3% na comparação com outubro (1.474) e avanço de 14,8% na comparação com novembro de 2019 (1.242).

No acumulado de janeiro a novembro, foram exportados 11.600 caminhões. O número representa queda de 7,8% ante as 12.579 unidades exportadas no mesmo período de 2019.

Os dados de exportação comprovam um fenômeno que vem se consolidando no Brasil. O avanço da produção está ligada, sobretudo, aos bons resultados do agronegócio no Brasil. Ou seja: a ala na produção visa principalmente atender o mercado interno.

Setor de ônibus ainda patina

O ritmo de produção de ônibus continua em queda. Em novembro de 2020, foram fabricadas 1.705 unidades no Brasil. Isso representa queda de 5,6% ante as 1.807 unidades feitas em outubro. Na comparação com novembro de 2019 (2.046), a redução é de 16,7%.

De acordo com os dados da Anfavea, nos 11 meses de 2020 foram fabricados 17.396 ônibus no País. Esse número representa queda de 34,3% na comparação com os dados registrados em igual período de 2019 (26.479). Trata-se do pior resultado acumulado para o setor desde 1999, quando foram feitos 13.775 ônibus no Brasil.

O resultado só não foi pior por causa dos pedidos feitos para atender o Programa Caminho da Escola. E também devido ao aquecimento da demanda por ônibus para fretamento contínuo.

O segmento de urbanos, que historicamente representa a maior parte do mercado, é o mais atingido pela crise causada pelo novo coronavírus. De janeiro a novembro de 2020, a produção somou 1.714 unidades. A queda foi de 57,2% com relação aos números do acumulado de 2019 (4.003).


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