O preço da espera
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E o Prêmio IER  2023 vai para: ‘Giga Atacadista’ e ‘Hirota Supermercados’!

“Tempo é dinheiro”, já dizia Benjamim Franklin, um dos autores da declaração de independência dos Estados Unidos. E nos negócios cada minuto pode ser fator decisivo para a sobrevivência.

Por esse motivo, o SETCESP tem se dedicado a medir o tempo de espera para o recebimento de mercadorias nos principais polos de descarga da Grande São Paulo. E, isto tem sido feito por meio da Pesquisa IER (Índice de Eficiência no Recebimento), que também premia e reconhece os pontos de descargas que possuem a melhor infraestrutura, os processos mais eficientes e que demoram menos tempo para o recebimento.

O IER foi desenvolvido pela Diretoria de Abastecimento e Distribuição do SETCESP, e é apurado desde 2002. O levantamento é realizado atualmente pelo IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga) em conjunto com o serviço de Apoio Operacional da entidade.

“Este é um indicador que auxilia tanto o transportador quanto o recebedor da carga, que por meio do Índice, consegue perceber condutas a serem aperfeiçoadas”, destacou Adriano Depentor, presidente do Conselho Superior e de Administração do SETCESP.

Em 19 de outubro, o SETCESP promoveu uma live em seu canal no YouTube para apresentar os vencedores do Prêmio IER 2023. Com a participação, além de Depentor, de Ana Jarrouge, presidente executiva, Marinaldo Barbosa, diretor da especialidade de abastecimento e distribuição na entidade, Raquel Serini, economista e coordenadora de projetos do IPTC e Gabriel Ranieri, analista de transporte do IPTC, além dos vencedores da premiação neste ano.

“Este é um trabalho de longa data no qual temos a oportunidade não só de identificar os melhores recebedores, mas também onde estão os problemas e as boas práticas”, disse o diretor de abastecimento e distribuição do SETCESP, Marinaldo Barbosa, ao fazer os anúncios dos vencedores.

Vencedores do Prêmio IER 2023

Quem levou o troféu neste ano foi o Giga Atacadista por ter tido o melhor IER. Segundo o indicador os estabelecimentos do Giga levam em média 2h50 para receber as mercadorias. Já a rede de Supermercados Hirota foi a vencedora com a melhor evolução no ranking, pois avançou 16 posições na classificação do ano passado para este ano.

Participaram da transmissão ao vivo e receberam o reconhecimento pelo Giga Atacadista, a gerente administrativa, Bianca Soares, e Alex Almeida, gerente de transporte. Almeida agradeceu e parabenizou a iniciativa. “Vocês fazem a pesquisa de campo escutando os motoristas o que é fundamental para gente saber no que podemos melhorar”.

Na sequência, Soares falou sobre como o agendamento prévio facilita. “A gente se antecipa à complexidade da carga, remanejamos pessoal para descarregar. O planejamento, sem dúvida é o que contribui para a eficiência”.

Da parte da rede Hirota, Helio Freddi, diretor de expansão e comunicação, compartilhou que a escalada no ranking foi o resultado do trabalho conjunto de todo o time.  “Este troféu será partilhado com todos os funcionários. A gente sempre reforça para que eles tenham empatia com os clientes, os fornecedores e prestadores de serviços, buscando sempre se colocar no lugar do outro”, disse.

“Quando premiamos uma rede aqui é uma coroação do trabalho que ela tem desenvolvido, e realmente porque ela tem um destaque muito notório em relação aos demais, contribuindo efetivamente com o abastecimento urbano da maior região populacional do país”, afirma Marinaldo.

O Tempo Médio para Descarga

O TMD apurado para a descarga de mercadoria este ano foi de 3h44, no anterior havia sido de 3h06. “Um aumento de 38 minutos, pouco mais de meia hora que parece até inexpressivo, mas que traz significativo impacto, pois representa um aumento de 20% no custo da hora parada do veículo, e interfere diretamente nos resultados das empresas de transportes”, indicou a economista.

Segundo relatório do IPTC, a demora na descarga de entregas resulta em mais tempo de espera do motorista profissional e menos disponibilidade do veículo de carga, que ao invés de estar a caminho de outra entrega fica estacionado à espera do recebimento da mercadoria.

“Toda vez que diminuímos o tempo de descarga é mais rentabilidade; quando aumenta, nós transportadores estamos absorvendo o prejuízo deste custo”, destacou o diretor de Abastecimento e Distribuição.

Para se ter um exemplo prático, em uma carreta com capacidade de 27 ton em que o custo da hora parada é de R$193,99, de acordo com o manual tarifário da NTC&Logística, considerando o aumento do tempo de descarga de 2022 para 2023, isso refletirá no aumento do custo de R$122,86 no TMD.

O patamar mais baixo de TMD apurado dos últimos dez anos, foi em 2020, auge da pandemia de COVID 19, em que hora média para se fazer uma descarga foi de 2h20, enquanto o mais alto foi em 2016, em que absurdamente se levava em média 4h27.

Também para se ter um melhor comparativo entre os tipos de estabelecimentos, os atacadistas são os melhores lugares para se fazer entregas a média de todos eles juntos traz um TMD de menos de 3h, enquanto isso os Centros de Distribuição são os lugares mais demorados para descarregar ultrapassando facilmente às 5h.

Não é só o tempo que a pesquisa considera

Neste ano, para a pesquisa foram coletadas informações de 191 estabelecimentos compreendendo os setores atacadistas, centros de distribuição, home centers e supermercados, entre os meses de março a julho.

Em cada um dos locais, 27 itens relacionados à infraestrutura e a processos realizados na operação foram avaliados, entre eles, se a empresa exige o agendamento prévio da entrega ou ainda, se possui sala de espera para motoristas.

Também há 3 perguntas sobre vagas de estacionamento para carga e descarga. De acordo com o estudo só 12,81% das vagas de estacionamento são reservadas para isso, o restante é para clientes.

“Todos se beneficiam destas informações que impactam a produtividade”, apontou Jarrouge, que chamou atenção para o fato de se acompanhar questões de infraestrutura nos estabelecimentos. “Vemos se os locais possuem sanitários para uso dos motoristas, inclusive femininos. Esse ponto é um desafio para aumentar a contratação de mulheres no setor, o que esperamos superar em breve”, indicou ela.

Somada às respostas, o levantamento considera também o tempo médio de descarga (TMD) de mercadoria a partir dos relatórios disponibilizados pelas transportadoras repassados ao IPTC.

O cálculo do TMD considerado aceitável pelos participantes da diretoria de abastecimento do SETCESP é de até 30 minutos, para empresas que exigem o agendamento prévio, e de 60 minutos para empresas que não exigem tal condição.

Assim, para se chegar ao IER, o instituto atribui pontos aos polos recebedores levando em conta as questões operacionais e de infraestrutura, uma pontuação que pode chegar a 100. Só que depois, provido pelos relatórios repassados pelas empresas de transporte de cargas, o IPTC passa a descontar 5 pontos a cada 30 minutos de espera. “Para nós não adianta ter uma boa infraestrutura e processos estruturados, sendo que o tempo de espera para fazer essa operação é demorado”, resumiu Serini.

Para acompanhar de perto os transportadores nos pontos recebedores, o SETCESP mantém o serviço de Apoio Operacional, que faz um monitoramento nas principais redes varejistas na Grande São Paulo. “Este serviço, faz a ponte entre embarcador e recebedor”, confirma Gabriel Ranieri, analista de Transporte do IPTC.

Ainda de acordo com Reis, a maior importância de todo o estudo é abrir o espaço para diálogo, a fim de discutir esses índices com as redes recebedoras. Tanto a análise direta dos dados coletados pelo instituto quanto às colhidas pelo Apoio Operacional do SETCESP, servem de auxílio para o transportador que busca informações para tornar suas operações de entrega e recebimento mais eficientes.

Como resultado todo este levantamento é estabelecido um ranqueamento das melhores redes recebedoras que você confere a seguir.


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