O SETCESP promoveu na manhã do dia 25 de julho — data em que se comemora o Dia do Motorista, um webinar especial para falar sobre quais desafios as transportadoras estão tendo para contratar este profissional, que está cada vez mais escasso no mercado.
O encontro também foi uma iniciativa da comissão de RH do SETCESP, que tem Ellen Santiago como coordenadora. Ela também é coordenadora de Segurança do Trabalho na Rodonaves, e deu início aos debates relembrando que no passado, a profissão de motorista de caminhão tinha um toque de romantismo, e era comumente passada de pai para filho.
“Havia a ideia de que nem era preciso estudar para exercer a função. Só que hoje, o caminhão deixou de ser algo simples para se tornar uma máquina espetacular, impulsionado pela revolução digital. Atualmente, aquele que não se qualificar não estará apto a exercer esta atividade”, disse Ellen.
Depois a coordenadora de projetos do IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Cargas), Raquel Serini, mostrou alguns dados sobre como está o mercado profissional para as empresas de transporte. O maior turnover nas transportadoras está entre os meses de março e abril. A idade média das contratações de motoristas profissionais no Brasil, que em 2010, foi de 37 anos; em 2023, foi de 40 anos.
Na sequência, Micael Vital, psicólogo organizacional do SETCESP, falou da sua experiência no serviço de Seleção de Talentos da entidade. Ele é especialista em recrutar profissionais com perfis técnicos e comportamentais de acordo com a cultura de cada empresa.
Segundo Micael, os motivos que proporcionam uma maior rotatividade no setor é o elevado número de vagas; que facilita a mudança de emprego, a baixa remuneração e o clima organizacional. “A remuneração é importante, mas não é tudo. Já o clima é uma questão instintiva, se ele não está bom, a gente se empenha ao máximo em tentar sair daquele ambiente”.
Para tentar equalizar as vagas em aberto com os profissionais que estão em busca de uma colocação no mercado de trabalho, o psicólogo apontou ser preciso investir no desenvolvimento de profissionais sem experiência. “Se as empresas não se preocuparem com isso hoje, terão que se preocupar urgentemente amanhã. E o urgente sai caro”, destacou.
Trazendo um exemplo de boas práticas do mercado, Camila Fantucci, gerente corporativa no Grupo Rodonaves, foi convidada para falar sobre o programa de formação de motoristas da empresa.
“Chamamos o Programa de ‘Tração’, por meio dele concedemos aos colaboradores que estão na movimentação de carga, subsídio para eles mudarem a categoria da CNH e o treinamento para dirigir os veículos pesados”, conta Camila.
A gerente afirma que a empresa já formou mais de 400 motoristas, isso desde o ano de 2010. Além disso, tem parceria com a FABET para a formação de motoristas mulheres. Em 2024, já formaram 24 mulheres motoristas profissionais, também como incentivo à participação feminina no transporte.
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