Justiça de São Paulo barra aumento do IPTU em 2014
Compartilhe
12 de Dezembro de 2013 – 10h00 horas / G1
O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu nesta quarta-feira (11) que a Prefeitura de São Paulo fica impedida de reajustar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) em 2014. O reajuste no imposto foi aprovado em outubro pela Câmara Municipal e sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT). Ainda cabe recurso aos tribunais superiores. A Prefeitura informou que irá recorrer da decisão, que atende a um pedido de liminar e não é definitiva.
O texto prevê reajuste em 2014 limitado a até, no máximo, 20% para imóveis residenciais e 35% para imóveis comerciais. A revisão da chamada Planta Genérica de Valores (PGV), base do IPTU, é obrigatória por lei. A última ocorreu em 2009. Ainda segundo o projeto, em 2015 e em 2016 imóveis que já não tiverem recebido todo o reajuste no ano anterior poderão ter, em cada exercício, aumentos residuais de 10% para residências e de 15% para comércios. Nem todos os imóveis terão aumento e outros estão isentos, de acordo com o projeto.
O Órgão Especial do Tribunal de Justiça julgou nesta quarta duas ações que tratam do assunto, uma delas movida pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e dezenas de sindicatos de empresas contra a Prefeitura de São Paulo, e outra pelo PSDB.
Na análise das ações, os desembargadores concederam, por maioria de votos, uma liminar que suspende imediatamente a lei municipal nº 15.889/13, que instituiu as mudanças no IPTU, até o julgamento do mérito, ou decisão definitiva, das ações propostas pelas entidades contra a Prefeitura.
Em 2013, as notificações do IPTU começaram a ser enviadas na metade de janeiro e os pagamentos foram iniciados nos primeiros dias de fevereiro. A Prefeitura ainda não informou como ficará o envio dos boletos com a decisão judicial.
O advogado Lucas Augusto Ponte Campos, que atuou na ação direta de inconstitucionalidade movida pelo PSDB, afirma que não deverá haver tempo para que a Prefeitura reverta a decisão neste ano. Ele ressaltou que a decisão tomada por um colegiado de desembargadores tem mais força do que se fosse tomada por apenas um deles.
Em nota, a Fiesp comemorou a decisão e disse que decidiu entrar com a ação contra o reajuste porque “a sociedade não aceita mais pagar impostos“.
Imbróglio jurídico
O imbróglio jurídico começou em 5 de novembro, quando o juiz Emílio Migliano Neto, da 7ª Vara da Fazenda Pública determinou que o projeto, já aprovado em duas votações na Câmara, não fosse sancionado pelo prefeito Haddad.
A Prefeitura, no entanto, alegou não ter sido comunicada a tempo e o reajuste acabou sancionado e a lei, publicada no Diário Oficial de 6 de novembro.
No mesmo dia, após recurso do Ministério Público, o juiz divulgou nova decisão liminar. Ele suspendeu os efeitos da lei e a Prefeitura recorreu da medida protocolando um “pedido de reconsideração“. O recurso foi negado no dia seguinte.
Em 13 de novembro, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan Sartori, decidiu manter, também em caráter liminar, o aumento do imposto para 2014.
Percentuais do reajuste
O projeto de lei elaborado pela gestão Haddad foi alvo de críticas de entidades e acabou aprovado com placar apertado na Câmara, 29 votos a favor e 26 contra.
Os bairros de Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, Sé, na região central, e Vila Mariana, na Zona Sul, pagarão em média mais 19,8% de IPTU em 2014 e são os bairros que mais sofrerão aumento segundo a proposta aprovada na Câmara.
O aumento nesses bairros é reflexo da atualização da Planta Genérica de Valores (PGV), que determina quanto vale o metro quadrado nas diferentes regiões da cidade. O reajuste não era feito desde 2009 e está ligado à valorização dos terrenos, que em alguns bairros dobraram de valor nos últimos anos.
Outros distritos da região central se destacam entre os que terão os maiores aumentos. É o caso da República, com 19,7% de reajuste, Santa Cecília, com 19,6%, Bela Vista e Jardim Paulista, ambos com 19,5%. Entre os 96 distritos da cidade, 24 terão aumento de mais de 15%, 10 terão aumentos entre 10,1% e 15%, 18 terão reajuste de 5,1% e 10% e 19 entre 0 e 5%. Outros 25 terão redução.

voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.