Incertezas abatem confiança de empresários, aponta FGV
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Indicador começa o ano em queda, afetado por falta de clareza sobre os rumos da atividade econômica, sugere economista

A confiança do empresário iniciou 2025 em baixa, na leitura da Fundação Getulio Vargas (FGV) que anunciou nesta segunda-feira (3) o Índice de Confiança Empresarial (ICE). O indicador caiu 1,8 ponto em janeiro, para 94,8 pontos, informou a FGV. Foi a pior queda desde abril de 2022 (-2,5 pontos), e a terceira queda consecutiva do índice. Perspectivas menos favoráveis para a atividade econômica, em 2025, levaram ao resultado, afirmou o Aloisio Campelo Júnior, pesquisador da fundação.

Na edição de janeiro do índice, ele chamou atenção para o fato de que, dessa vez, a fundação apurou respostas negativas tanto em relação ao presente quanto ao futuro.

Isso é perceptível na evolução dos dois componentes do ICE. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,4 pontos, para 96,3 pontos e o Índice de Expectativas recuou 1,3 ponto, para 93,2 pontos.

“Nas quedas anteriores, tínhamos a queda no ICE mais impulsionada por expectativas desfavoráveis. Agora temos realmente respostas negativas relacionadas ao presente pressionando para baixo o indicador”, notou. “A queda nas expectativas ela vem acontecendo há algum tempo. Mas quando se chega a uma percepção [negativa] na situação atual, isso significa que os empresários podem estar sentindo uma desaceleração no nível de atividade, efetivamente”, frisou.

Dentro do ISA, a FGV apurou quedas em dois tópicos. É o caso de demanda e de situação dos negócios, que recuaram 3,4 e 1,3 ponto, respectivamente, para 96,3 e 96,4 pontos, em janeiro.

Outro aspecto mencionado por ele é que os quatro setores, usados para cálculo da confiança empresarial mostraram recuo, em janeiro. É o caso das quedas de confiança em comércio (-2,8 pontos); serviços (-2,5 pontos); construção (-1,9 ponto) e indústria (-1,3 ponto).

Ou seja: o saldo negativo das respostas estaria mais espalhado, setorialmente, notou.

Campelo comentou ainda sobre as condições macroeconômicas de 2025, que podem estar a influenciar o resultado de baixa, na confiança. O especialista ponderou que um cenário de juros elevados, com inflação mais pressionada, como o de agora no começo de 2025, pode não ser o mais favorável a consumo. Isso tem potencial de derrubar demanda interna – e os empresários estão atentos a isso, alertou.

Quando questionado se a queda no indicador poderia representar um novo ciclo de queda na confiança, o especialista foi cauteloso. Ele ponderou que foi a primeira queda do ISA, em janeiro, desde setembro de 2024 (-0,6 ponto). No entendimento dele, seria preciso esperar para ver se o ISA mostra novas quedas, para assim mapear possível tendência para o ICE, nos próximos meses.


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