Como os empresários estão reagindo à crise
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Pesquisa do SETCESP encomendada ao IPTC, mostra quais ações para o momento os executivos e empreendedores do transporte já realizaram, ou ainda, estão considerando         

Com o objetivo de entender a preferência das empresas em relação às posições políticas adotadas pelos governos estaduais e federais, sobre as questões de isolamento social e também identificar outras frentes de trabalho, que as empresas estão utilizando para garantir as operações e sua saúde financeira, no período de crise, o SETCESP encomendou ao IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga) um estudo que traçou o seguinte cenário.

Na pesquisa, realizada entre 18 a 29 de maio de 2020, houve a participação de 83 empresas distintas, que apresentaram os seguintes resultados:

  • 28% das empresas responderam que tiveram queda acima de 50% no faturamento de abril; 67% apresentaram variação negativa no faturamento que oscilou entre 10% a 50%. Apenas 5% não apresentaram resultados negativos;
  • 41% dos empresários não realizaram demissões, porém 7% realizaram desligamentos em grande escala. Ainda, 52% das empresas demitiram até 25 colaboradores;
  • 60% dos empresários não são favoráveis ao lockdown, mas em contrapartida, totalmente favoráveis ao isolamento vertical, que recomenda isolamento somente de um grupo selecionado, que apresentam maior risco de desenvolverem a doença;
  • Priorizando nesses casos a retomada dos comércios de rua, seguido dos restaurantes, escritórios comerciais, shopping centers, academia e por fim os bares.

Foi detectado também que algumas ações foram benéficas para o setor. A maioria das empresas citaram a MP 927 e o prolongamento dos prazos para recolhimento do PIS/PASEP e COFINS como as medidas mais adotadas nesse período. Além disso, a abertura dos serviços do SETCESP para todos os transportadores, as Lives de conteúdo técnico e as negociações de produtos essenciais através do Clube de Compra trouxeram grande apoio aos empresários.

Diante de tudo que o setor vem enfrentando nos últimos tempos, existem um “apelo” por ações prioritárias. De acordo com a percepção dos empresários é importante reforçar medidas como: desoneração da folha de pagamento, suspensão ou prorrogação dos tributos estaduais e a ampliação de crédito para as empresas de transporte, para a retomada dos negócios.

Segundo a economista do IPTC, Raquel Serini, para que as empresas superem o mais rápido possível a crise é fundamental o apoio do governo em pontos cruciais. “O setor sofre a muito tempo com questões de carga tributária, burocratização e falta de investimentos em infraestrutura, agora mais do que nunca, isso precisa ser prioridade”, afirma a economista. 


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