Conheça a quantidade de empresas de transporte nos 50 municípios da base territorial do SETCESP
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*Por Fernando Zingler

Descobrir as empresas de transporte que se estabeleceram e atuam em uma determinada região sempre foi um desafio para os estudos de mercado, uma vez que, a natureza desta atividade é bastante capilarizada e dispersa.

Ter um cenário do estágio em que se encontra o TRC na área de representação do SETCESP é importante tanto para a entidade direcionar seus serviços e comunicações às classes que mais necessitam de apoio, como ao próprio mercado para conhecer sua realidade e buscar ações estratégicas mais consistentes com a realidade local.

Anualmente, o IPTC faz o mapeamento deste quadro considerando os registros do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), no qual é possível verificar o número de empresas pela quantidade de colaboradores registrados de acordo com os dos dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais); e ao mesmo tempo, levando em conta as informações do RNTRC (Registro Nacional De Transportadores Rodoviários De Cargas) que são utilizadas para mapear quantas empresas possuem veículos registrados em sua frota.

Como são duas bases distintas, que medem a mesma informação de forma diferente, os números geralmente não coincidem, mas nos levam a cenários muito próximos sobre a realidade das empresas instaladas nos municípios pesquisados.

Em janeiro de 2020, registramos 21.595 empresas nos 50 municípios da base territorial do SETCESP, por meio dos dados do CAGED. Lembrando que o setor vem se estabelecendo a ritmo lento nos últimos anos, ainda se recuperando das crises econômicas recentes que o Brasil atravessou, porém segue estável com o número de empresas na região, diferente do que aconteceu em outras áreas do país.

Das cidades que mais registraram crescimento no número de empresas e empregos, destacam-se Cajamar, Jundiaí, Embu das Artes e Arujá, por motivos de investimentos de infraestrutura recentes, que colocaram os municípios em uma posição privilegiada para a instalação de empresas de transporte. São Paulo capital, obviamente, é o maior mercado na região, no entanto tem registrado uma queda na atividade empresarial do TRC e nos números de empregos nos últimos cinco anos, devido às dificuldades logísticas do município. O mesmo ocorre, por exemplo, com Osasco e Mogi das Cruzes, onde são registradas retrações nestes índices, e em menor número Guarulhos, que apenas apresenta um tímido crescimento em relação aos demais municípios.

Um dado que chama a atenção é o número de veículos presentes na base: as empresas somam mais de 130 mil veículos registrados no RNTRC; porém a metade das empresas possui apenas um ou dois veículos em sua frota total. É um número bastante expressivo, que mostra que o nascimento das empresas vem, muitas vezes, dos autônomos que constituem CNPJ por questões legais e passam a expandir seus serviços; a terceirização da frota para o transporte e a subcontratação do frete é uma prática comum em diversos segmentos, acaba refletindo nesse quadro.

Outro dado que corrobora esta informação em relação ao porte das empresas é o número de empregados registrados: 85% das empresas na região tem menos de 5 colaboradores registrados, de acordo com os dados oficiais do CAGED.

Esta informação é bastante importante pois nos mostra a distribuição dos mais de 127 mil empregos diretos registrados nos municípios da base do SETCESP, dos quais apenas 6% dos postos são relativos às pequenas empresas com menos de 5 colaboradores.

A maior concentração de empregos no TRC está nas empresas entre 20 e 250 colaboradores.

Obviamente, a recente pandemia do coronavírus vai mudar muito o mercado de diversos segmentos empresariais, incluindo o mercado do transporte rodoviário de cargas, o qual o SETCESP atende e representa.

A crise vai impactar economicamente diversas empresas, notadamente aquelas que não tem condições para suportar a queda repentina na movimentação de cargas, fazendo com que o quadro encolha e outras oportunidades adaptadas neste momento inédito.

Ainda não podemos prever como o mercado vai se comportar, mas analisando crises anteriores e tendências já construídas, podemos preparar as melhores estratégias e evitar riscos às empresas de nossa região.

Para conhecer mais detalhes sobre este estudo, ou para solicitar uma proposta de um estudo detalhado da sua região, entre em contato com o IPTC: contato@iptcsp.com.br.

*Fernando Zingler é diretor executivo do IPTC.


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