Você está buscando a sua visão de carreira de sucesso?
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Você já cumpriu todas as etapas. Formou-se na faculdade certa, fez o estágio certo, progrediu na pós-graduação certa, e conseguiu o emprego certo na empresa certa. Você seguiu o caminho que todos disseram que seria o certo para o sucesso – para o emprego dos seus sonhos – só que o emprego dos seus sonhos não era tão bom assim.

A boa notícia é que você não está só. Ao longo de cada geração, a percepção de que o sucesso não trouxe consigo a felicidade esperada criou uma característica própria de cada uma dessas épocas (zeitgeist) onde as conversas sobre o propósito, a realização e a satisfação são predominantes. Na verdade, um estudo de 2015, conduzido pela Gallup, revelou que somente 1/3 da força de trabalho americana se sente realmente engajada no trabalho.

Cada geração vivencia a sua própria crise de identidade, tentando descobrir por que seu trabalho não dá certo. Os Millenials – nativos da mídia social que nunca tiveram dois tipos de vida distintos – em casa e no trabalho – não procuram o equilíbrio entre eles, mas sim, um alinhamento, onde eles possam ser a mesma pessoa, com os mesmos valores, tanto em casa como no trabalho. Os Boomers chegam na idade-padrão para a aposentadoria à taxa de 10 mil por dia, mas não estão prontos para “pendurar as chuteiras” – arduamente conquistadas – e deixá-las empoeiradas. 1/3 dos americanos com mais de 50 anos – aproximadamente 34 milhões de pessoas – afirmou que tentava preencher o tempo com algum propósito profissional (remunerado ou não) que fosse além de si mesmo. A Geração X, que se vê entre educar os filhos e cuidar do envelhecimento dos pais, procura algum trabalho que contribua para a gestão dessas demandas em vez de evitá-las.

Enquanto essas gerações se diferem no que tange ao que é mais significativo para elas, em cada geração, o significado é relevante.

O que faz um bom trabalho ser bom?

Importantes publicações nacionais, em geral, trazem histórias sobre o que torna um bom emprego bom. Muitas se baseiam nas mesmas velhas opiniões que ouvíamos de orientadores educacionais ou de consultores de carreira, dentre elas, coisas como missão, formato, impacto, prestígio e dinheiro. Esses “tópicos” têm como objetivo estabelecer o valor do emprego, mas excluem a parte mais importante da equação: o valor do emprego para você.

Se você já chegou à conclusão de que o emprego dos seus sonhos não é tão bom assim, é provável que você tenha feito tudo certo, mas de acordo com a trajetória bem sucedida de outras pessoas. Então, percebeu que, ao ter uma outra idade ou estar em outra fase da vida, aquela vida maravilhosa que você criou era para outra pessoa, não para você. Não existe consonância – a sensação de um pertencimento sem atrito, de um progresso importante, de uma relevância fundamental. É a força orientadora que mostra como o seu trabalho contribui para o seu plano de vida de forma geral. Ela conecta suas atividades diárias ao sucesso daqueles à sua volta, e esclarece por que você – e somente você, naquela cadeira, naquele escritório, naquele espaço do quadro organizacional – é importante. A consonância não se resume unicamente num propósito em ampla escala (e suntuoso). É o seu propósito, estipulado livre e claramente por você, e colocado em prática por meio da consciência e do alinhamento com o seu plano de vida.

Os empregadores sempre procuram o atrativo ofuscante mais próximo para contratar pessoas num ambiente competitivo. Lavagem a seco grátis, mesas de ping-pong e kombucha disponíveis parecem ser atraentes numa convocação de recrutamento, mas não contribuem em nada para a manutenção dos funcionários engajados. A felicidade recruta, mas a consonância mantém.

Ela está presente quando o que você vai ao encontro de quem você é (ou quer ser). Você atinge a consonância quando o seu trabalho tem um propósito e um significado para você. Ao longo de duas décadas quando estudei, entrevistei e norteei líderes dos setores corporativo, filantrópico e público que passavam por transformações na carreira, pude notar várias vezes o dano causado pela ausência de consonância e de conexão entre o propósito, a ação e a visão externa do sucesso. E também notei que o verdadeiro sucesso surge da combinação de quatro elementos específicos que permitem que as pessoas tracem seu próprio caminho, realizem o melhor trabalho e vivam a vida da melhor forma. Os elementos da consonância são chamamento, conexão, contribuição e controle.

O chamamento é uma força gravitacional em direção a uma meta maior do que você – um negócio que você quer iniciar, um líder que inspira, uma anomalia da sociedade que você deseja remediar, ou um serviço que você deseja prestar para uma causa específica.

A conexão propicia uma visão de como o seu cotidiano responde ao chamamento ao resolver o problema à mão, ao aumentar os lucros da empresa, ou ao atingir aquela meta.

A contribuição é o entendimento que você tem de como esse emprego, essa marca, e esse salário contribuem para a comunidade na qual você quer participar, para a pessoa que você quer ser, ou para o estilo de vida que você quer ter.

O controle reflete como você consegue combinar sua conexão com o chamamento a fim de poder ter voz na designação de projetos, prazos, colegas e clientes; dar ideias para as metas compartilhadas, e realizar trabalhos que contribuam para sua trajetória profissional e financeira.

A consonância parece ser diferente para todos. Ela está em constante mutação, evoluindo conforme envelhecemos e passamos pelos vários estágios da vida, ajustando as nossas prioridades. A sua, é singular. Os quatro elementos que compõem a sua consonância já estão determinados. Antes de você sair do emprego que achou ser o dos seus sonhos, pense em avaliar como esses elementos podem lhe acrescentar algo, exclusivamente a você, para que realmente encontre um novo emprego que lhe agregue valor.


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