
A balança comercial do setor de pneus encerrou 2014 com déficit de US$ 144,9 milhões, conforme dados publicados na quarta-feira, 4, pela Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. As exportações das empresas que produzem no País somaram US$ 824,8 milhões, com um total de 12,4 milhões de unidades enviadas a outros mercados. Já as importações fecharam em US$ 969,7 milhões, valor total acumulado tanto pelas fabricantes instaladas no Brasil como pelas importadoras sem fábrica no Brasil.
Em unidades, o total importado pelo setor no Brasil ficou em 27,2 milhões de unidades, das quais 7 milhões pelas empresas com fábrica no País (25,8% do total) e 20,2 milhões por empresas importadoras independentes, sem fábrica local (74,2%).
“A balança comercial brasileira de pneus era superavitária até 2010, quando começou a crescer a compra no exterior por importadores independentes e aquele foi o primeiro com déficit, que também ocorreu nos anos seguintes”, lembra Alberto Mayer, presidente da Anip.
Os dados mostram que as compras de pneus em outros países são concentradas na Ásia: no ano passado, 52,3% dos pneus importados ou 14,24 milhões de unidades foram provenientes da China.
“As indústrias do Brasil produzem pneus de qualidade internacional, que acompanham as mais novas tecnologias mundiais no setor, o que vem permitindo atender a todos os fabricantes nacionais e exportar para países como Alemanha e Estados Unidos. Já os importados disputam apenas o mercado de reposição, no qual a questão do preço tem um papel relevante, razão pela qual os principais fornecedores externos são países que se caracterizam pela oferta de produtos baratos”, acrescenta.
Mayer defende a criação de condições de competição equivalentes entre as fabricantes e importadores independentes: “Nós temos de produzir dentro das severas exigências da indústria automotiva, enfrentando o custo Brasil e ainda gastamos cerca de R$ 100 milhões ao ano para recolher pneus inservíveis, como determina a legislação – e temos superado todo ano as metas estabelecidas pelo Ibama com base nos dados de venda. Já os importadores independentes têm ficado 30% abaixo do que deveriam recolher, o que reduz seus custos e ainda cria problemas ambientais e de saúde”, avalia. “Esperamos que o processo de testes e de qualificação pelo Inmetro por meio da etiquetagem auxilie na solução deste problema”, conclui.
A entidade já enviou ao governo uma proposta para controlar a destinação de pneus inservíveis com a criação de uma ‘taxa verde’ a ser cobrada na liberação das importações e nas vendas da produção no mercado interno, deixando clara a obrigatoriedade do recolhimento dos inservíveis também para revendedores e usuários.
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