Pesagem no transporte rodoviário de cargas requer atenção, aponta executivo
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Adequar a distribuição da mercadoria no interior dos veículos torna-se necessário para as  operações estarem de acordo com as fiscalizações

O debate em torno da pesagem bruta ou por eixo no transporte rodoviário de cargas  (TRC) ainda acarreta discussões relevantes no cenário atual para empresários e  transportadoras do setor. A pauta ganha mais força por o modal representar extrema  importância econômica, já que também corresponde por mais de 60% da  movimentação de mercadorias no país, segundo a última pesquisa da Confederação  Nacional do Transporte (CNT).  

Nesse sentido, o TRC ainda enfrenta algumas dificuldades que interligam os assuntos  voltados a essa discussão, principalmente para os tipos mais frequentes de transporte  no modal rodoviário, como o escoamento de produtos originários do agronegócio e o  ramo alimentício. 

A distribuição do peso do produto nos veículos pode ser alterada devido a muitos  caminhões ainda não serem adaptados para reduzir a movimentação da mercadoria  em seu interior ao desviar de buracos e avarias nas pistas, ocasionados pela falta de  infraestrutura nas rodovias e estradas brasileiras. 

Conforme aponta a última pesquisa realizada pela CNT, no ano passado, 66% das  estradas e rodovias brasileiras foram classificadas como ruins ou péssimas, levando  em consideração a necessidade de um planejamento estatal de investimentos 

conforme salientado este ano na “Lista de Alto Risco na Administração Pública  Federal” do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Além de esse tópico já ser muito reforçado pelas entidades do setor, empresários  como José Alberto Panzan, diretor da Anacirema Transportes e presidente do  Sindicato das Empresas do Transporte de Cargas de Campinas e Região (SINDICAMP), reforçam as principais necessidades de atenção referente as  pesagens: “Acredito que o grande problema relacionado ao balanço da carga  enfrentado pelo transportador hoje está vinculado ao carregamento no cliente, onde  o conjunto é pesado como um todo e não por eixo, o que seria mais apropriado”,  aponta o executivo. 

Diante disso, a legitimação do controle do peso bruto nas operações e nas  embarcações é dificultada e afeta também a pesagem por eixo. Assim, as  transportadoras precisam realizar um acompanhamento estreito no momento do  carregamento para estar em dia com as legislações e com as responsabilidades  fiscais. 

Nessa premissa, além dos recursos tecnológicos embarcados nos veículos atuais e  nos equipamentos rodoviários mais modernos, José Alberto também indica o que é  feito na Anacirema Transportes para obter esse controle: “Adequamos os  equipamentos para obtermos a melhor distribuição de peso possível por eixo, e  nossos profissionais são orientados a acompanhar a distribuição de carga quando ela  não ocupa todo espaço do implemento. Além disso, o peso médio das cargas que  transportamos nem sempre chega à totalidade da capacidade de peso, o que nos  auxilia nessa vistoria”. 

Com isso, uma vez identificadas as principais preocupações da pesagem para o  transporte rodoviário de cargas, as fiscalizações e autuações também precisam ser  efetuadas corretamente e de maneira justa como forma de identificar o transportador  que esteja ultrapassando a tolerância máxima do peso total do veículo e a do peso  por eixo de acordo com as leis impostas para o setor.  

As fiscalizações e autuações devem ser realizadas, mas há de se ter um bom senso  por parte do órgão fiscalizador, uma vez que há variações de peso aferido entre as  praças de pesagem no trajeto realizado, além da margem de erro”, afirma José  Alberto.  

Como resultado, será possível realizar uma melhor observação dos fatores que mais  influenciam essa tomada de decisão no que diz respeito à análise da pesagem no  transporte rodoviário de cargas. Dessa forma, o executivo finaliza: “Se existe uma lei,  ela deve ser respeitada. O excesso do peso bruto total combinado (PBTC) deve ser  combatido, pois pode comprometer a segurança viária, ocasionando acidentes. O  excesso de peso por eixo pode ser mitigado se houver melhor orientação da distribuição de carga durante a operação de carregamento e não contar a tolerância  permitida pela lei, sendo uma questão de responsabilidade do transportador”.


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