Os riscos da “iatrogenia gerencial”
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No campo médico, o termo “iatrogenia” refere-se ao dano causado a um paciente pelas ações de profissionais de saúde. Traduzindo esse conceito para o mundo dos negócios, a “iatrogenia gerencial” descreve as consequências negativas, muitas vezes não intencionais, associadas às intervenções de novos gestores e consultores que, em vez de ajudar, acabam prejudicando a organização. Esses resultados podem se manifestar como diminuição da produtividade, moral ou satisfação dos colaboradores, muitas vezes decorrentes de um desalinhamento entre os objetivos pretendidos e os resultados reais.

É importante ressaltar que os gestores devem cuidar seriamente da iatrogenia causada por consultores externos. Embora os consultores tenham a intenção de melhorar o desempenho da empresa e solucionar problemas, há riscos significativos associados à sua participação, se não forem gerenciados adequadamente e que podem ser consequências de fatores como:

  1. Excesso de Ênfase em Métricas de Desempenho: Gestores podem estabelecer métricas de desempenho rigorosas para aumentar a produtividade. No entanto, se essas métricas forem muito rígidas ou irrealistas, podem levar ao burnout dos colaboradores ou a comportamentos antiéticos, à medida que as pessoas se esforçam para atingir as metas.
  2. Soluções Padrão: Muitos consultores aplicam soluções genéricas, sem considerar as particularidades e a cultura da empresa em questão. Isso pode levar a estratégias que não se alinham com as necessidades reais da organização, resultando em desperdício de recursos e esforços.
  3. Foco Excessivo em Teorias: Consultores acadêmicos ou excessivamente teóricos podem recomendar abordagens baseadas em modelos ou tendências que não se aplicam ao contexto prático da empresa. A desconexão entre teoria e prática pode criar soluções ineficazes ou até prejudiciais.
  4. Mudanças Desnecessárias: Para justificar sua presença, consultores podem propor mudanças que não são realmente necessárias. Isso pode desestabilizar processos que já funcionam bem, gerando confusão e resistência entre os colaboradores.
  5. Curto Prazo em Detrimento do Longo Prazo: Consultores podem sugerir ações imediatas que trazem resultados rápidos, mas que são insustentáveis a longo prazo. Essa abordagem pode comprometer a saúde organizacional futura, priorizando ganhos temporários sobre a estabilidade duradoura.
  6. Forçar Dependência Excessiva: Empresas podem se tornar excessivamente dependentes de consultores, diminuindo a autonomia e a capacidade interna de resolução de problemas. Isso pode criar uma cultura de dependência, onde a organização perde a habilidade de inovar e adaptar-se por conta própria.
  7. Falta de Estudo e Compreensão Profunda: Consultores podem não ter uma compreensão plena dos desafios únicos da empresa, resultando em soluções ineficazes ou danosas. Isso pode levar a recursos desperdiçados e frustração dentro da organização.

Assim, embora os consultores possam oferecer insights valiosos e expertise especializada, é crucial que as empresas abordem suas contribuições com cautela. Reconhecer os riscos potenciais da iatrogenia empresarial e adotar medidas proativas para mitigá-los pode proteger a organização de intervenções que, em vez de ajudar, possam causar danos significativos.

Ao reconhecer os riscos da iatrogenia gerencial, os gestores e consultores externos podem trabalhar para criar ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos que estejam alinhados com suas intenções, beneficiando, em última análise, tanto os colaboradores quanto a organização.

Pense nisso. Sucesso!


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