Número de ocupados cresceu 1,7% em 2019, mas salário médio caiu 3,5%
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Maiores salários médios mensais foram na área de eletricidade e gás e atividades financeiras e seguro.

Apesar do aumento do número de empresas e de pessoal ocupado em 2019, o país registrou queda de 3,5% no salário médio mensal que foi de R$ 2.975,74, ante R$ 3.085,21 no ano anterior. Em 2019, o número de empresas e outras organizações formais no país atingiu 5,2 milhões com 53,2 milhões de pessoal ocupado no total.

Os dados constam do Cadastro Central de Empresas (Cempre) 2019 divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento abrange órgãos da administração pública, entidades empresariais e sem fins lucrativos e organizações internacionais.

Na comparação com 2018, observou-se aumento de 301 mil empresas e outras organizações, uma variação 6,1%. O pessoal assalariado cresceu 1,7%, o equivalente a 758,6 mil pessoas. O número de sócios e proprietários aumentou 3,6% (ou 244,1 mil pessoas). Por outro lado, o total de salários e outras remunerações caiu 0,7%, em termos reais.

De acordo com o levantamento, 55,2% do pessoal ocupado assalariado eram homens e 44,8%, mulheres. Os homens receberam um salário mensal médio (R$ 3.188,03) 17,5% superior ao das mulheres (R$ 2.713,92).

As entidades empresariais eram 90,6% das organizações ativas, ocupando 71,6% dos assalariados e pagando 60,8% dos salários e remunerações. Já a administração pública respondeu por 0,4% das empresas e outras organizações, 21,4% dos assalariados e 32,5% dos salários e remunerações.

Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas registraram 21,3% do pessoal ocupado total, 19,3% dos assalariados e 34,2% do número de empresas. Administração pública, defesa e seguridade social ficaram na segunda colocação em pessoal assalariado (16,8%) e a primeira colocação em salários e outras remunerações (25%). O setor de indústrias de transformação ficou com a segunda colocação em salários e outras remunerações (16,3%) e na terceira posição em número de empresas (7,5%) e em pessoal ocupado assalariado (15,9%).

As atividades administrativas e serviços tiveram o maior aumento proporcional de assalariados (11,3%) enquanto o setor de educação teve a maior perda (1,2%).

Os setores com os maiores salários médios mensais foram da área de eletricidade e gás, com R$ 7.186,14 e atividades financeiras e seguro, como R$ 5.941,42. Na outra ponta, com média salarial abaixo de R$ 2 mil estão agricultura, pecuária, comércio, reparação de veículos, atividades administrativas, alojamento e alimentação. Em 2019, as empresas exportadoras representaram 0,4% das organizações ativas, que ocuparam 5 milhões de assalariados (10,8% do total de assalariados). Já as importadoras eram 0,7% das organizações, que ocuparam 8,3 milhões de assalariados (17,8% do total). Nas organizações exportadoras, a remuneração era 41% acima da média nacional e nas importadoras, 47%. Quase todas as exportadoras eram da indústria (62,5%) e do comércio (30,1%).

Outro estudo, intitulado Relatório de Cargos e Salários do TRC, conduzido pelo Instituto Paulista do Transporte de Cargas (IPTC), órgão vinculado ao Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), é possível identificar um padrão de aumento do turnover nas empresas do setor de transporte rodoviário de cargas (TRC) em determinados períodos do ano.

Apesar de ser um termo popular no setor de recursos humanos, é preciso entender que turnover vai além do registro de rotatividade de colaboradores nas corporações. Há uma série de variáveis a serem consideradas durante essa análise, como expansão acelerada da organização ou períodos de festividade, além de levar em conta o setor em questão.

A pesquisa apontou um turnover médio mensal de 3,72% para a base do Setcesp. O município de São Paulo, por sua vez, contou com uma média mensal de 3,26%, e a média apresentada por Jundiaí foi de 4,29%.

Foram identificados dois limites no cálculo mensal de turnover para as empresas do TRC na base do Setcesp, sendo maio o mês com menor porcentagem de rotatividade entre os colaboradores, apresentando 2,49%, e novembro o mês com a maior taxa, de 4,49%. Além disso, a pesquisa mostra que há uma tendência de aumento do turnover nas organizações a partir do mês de julho, tendo o seu pico em novembro. Os meses que apresentam maior rotatividade de funcionários antecedem períodos festivos, já que essas datas demandam de forma mais intensa serviços e produtos. Outro fator importante apontado no relatório é o aumento na adoção do contrato intermitente, que veio com reforma trabalhista de 2017. Foram identificadas 1.519 admissões no setor por meio de contratos intermitentes, sendo a segunda maior forma de contratação realizada em 2020, ficando atrás apenas do trabalho geral, contratado pela CLT.


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