Longevidade no trabalho exige uma aprendizagem permanente
Compartilhe

O colunista Renato Bernhoeft escreve sobre a importância do “lifelong learning”

A previsão dos institutos americanos que lidam com o tema “lifelong learning” – aprendizagem permanente – é de que esse processo deve crescer numa proporção de 16% ao ano até 2030. E as razões para esse alerta estão muito vinculadas ao aumento nos índices de longevidade, redução da natalidade e mudanças no mercado de trabalho, que têm tornado obsoletas muitas profissões e carreiras.

O conceito desenvolvido por esses pesquisadores baseia-se em quatro pilares, a saber:

1 – Aprende a conhecer;

2 – Aprender a fazer;

3 – Aprender a conviver; e

4 – Aprender a ser.

Segundo recomendação do professor Gabriel Campos, da PUC de Campinas, “é importante fazer uma revisão e planejamento da carreira pelo menos a cada dois anos. Não fique parado. Mexa-se dentro da sua área. Não fazer isso pode passar a impressão de que parou no tempo ou se acomodou”.

Um levantamento feito nos Estados Unidos revela que 87% dos profissionais afirmam ter aderido a essa mentalidade como forma de melhorar habilidades no trabalho.

A professora Marina Pontes, gerente de educação continuada da PUC de Campinas, afirma que “essa aprendizagem contínua muda rápido. Anos atrás, o que se aprendia na graduação atendia às necessidades profissionais por 20 ou 30 anos”, e reforça suas conclusões dizendo que “hoje isso é fundamental, tanto para quem está iniciando na vida profissional como para quem já está no mercado. Tanto para aprimorar o que já se sabe quanto para adquirir conhecimentos em área nova. É uma questão de sobrevivência”. E destaca que as áreas que mais demandam formação contínua são as relacionadas à tecnologia, gestão de pessoas e gestão de projetos, pois as empresas buscam cada vez mais resultados com menos recursos. Conclui dizendo “que as empresas contratam pelo currículo, mas demitem pelo comportamental”.

O publicitário Renato Garcia afirma que tem sido registrada muita procura de aprendizado para a terceira idade, algo que até algum tempo atrás não acontecia, e destaca que, em função dessa demanda, tiveram que desenvolver um curso específico. Por último, menciona como referência de educação permanente a conduta e ênfase que Abílio Diniz – recentemente falecido – tinha, pela forma como estimulava suas equipes e alunos para esse processo.

Enfim, vale ressaltar que essas rápidas mudanças não devem estar focadas apenas na preocupação dos idosos. Principalmente os jovens e os que estão na meia-idade devem olhar o assunto com interesse e preocupação.

Fica aqui uma provocação para você, meu caro leitor ou leitora.


voltar