Gasolina brasileira é uma das mais caras
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06 de Maio de 2011 – 10h00 horas / O Tempo – MG
Com uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo, a gasolina brasileira está entre as mais caras do planeta. Levantamento da consultoria norte-americana Airinc mostra que o galão de 3,8 litros (medida adotada nos Estados Unidos) custa, em média, US$ 7,74 no país (cerca de R$ 12,54). Nos Estados Unidos, o mesmo galão custaria US$ 3,59 (R$ 5,8). A diferença é de 115%. No Brasil, os impostos representam 43% do preço final dos combustíveis.
Entre os países produtores de petróleo, o preço do Brasil é o maior. Na vizinha Venezuela, por exemplo, o galão custa apenas US$ 0,06. Na Arábia Saudita, o valor é de US$ 0,45 e no Kwait, US$ 0,81.
O coordenador do curso de gestão financeira da Newton Paiva, Sérgio Augusto Amaral da Fonseca, explica que alguns fatores têm contribuído para elevar o preço da gasolina no Brasil, como a entressafra da cana, a pouca oferta de etanol (os produtores priorizaram a fabricação de açúcar, que está com bom preço no mercado internacional) e o aumento da demanda por gasolina, que obrigou a Petrobras a importar o combustível.
“No mercado internacional, o preço do petróleo está muito alto e, como tivemos que importar, isso se reflete no preço“, afirma. Mas ele lembra que os impostos têm uma parcela grande no preço cobrado do consumidor. “A carga tributária é muito alta, como em quase todos os produtos no Brasil“, diz.
Para o professor, uma redução de tributos para combustíveis teria resultados positivos que iriam muito além do alívio no bolso dos motoristas. “Combustível é essencial e influencia o preço de praticamente todos os produtos. Só para citar um exemplo, o frete representa quase 50% do preço do cimento“, diz.
O deputado estadual Fred Costa (PHS), que copilou o levantamento da Airinc, considera absurdos os preços praticados no país, especialmente a escalada dos últimos meses. Desde dezembro, o preço do litro subiu cerca de 15% em Minas Gerais, de R$ 2,494 para R$ 2,878, segundo a Agência Nacional de Petróleo. O deputado pretende percorrer os órgãos e entidades do setor para pedir explicações sobre os aumentos.
Preço final – Postos de bandeira branca reduzirão primeiro. Os postos de combustíveis de bandeira branca devem acelerar a passagem da queda dos preços do etanol registrados ao produtor para o consumidor final. A afirmação é do diretor técnico da União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues. Geralmente, a transferência da queda de preço ao produtor demora cerca de duas semanas até chegar ao consumidor.
Segundo ele, os postos de bandeira branca não possuem capacidade de estocagem e estão vendendo o produto recém comprado, ao contrário do que ocorre com os postos ligados a grupos maiores, que precisam desovar o produto estocado a preços maiores antes de colocar o produto mais barato à venda.
A expectativa é de que os preços do etanol hidratado ao produtor devam terminar a semana em torno de R$ 1,10 o litro, uma queda de 18% ante o valor verificado na última sexta-feira, de R$ 1,3374.

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