Com chuvas, supermercados de SP estimam perda de R$ 30 mi em faturamento
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Estimativa foi feita pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) que tem cerca de 1.500 de CNPJs associados

Levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) com seus associados apontou uma queda média de 20% no faturamento do setor com as chuvas registradas na segunda-feira (10), principalmente na região metropolitana de São Paulo. Em valores, o impacto negativo é estimado em R$ 30 milhões, diz Ronaldo dos Santos, presidente da associação.

A Apas tem cerca de 1.500 de CNPJs associados e a maior parte das respostas veio de companhias de médio a grande porte com unidades na Grande São Paulo, segundo Santos. Em um mês normal, a região registra um faturamento de cerca de R$ 4,5 bilhões.

As associadas indicaram também que, em média, 8,1% dos funcionários dos mercados faltaram ontem ao trabalho.
“Metade dos associados respondeu que teve problema com abastecimento, basicamente com os produtos da Ceagesp [Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo], como frutas, verduras e legumes, que têm muito pouco estoque”, disse Santos.

A Ceagesp precisou paralisar suas atividades ontem, por causa dos alagamentos, e permaneceu fechada nesta terça. Se a situação se prolongasse, poderia ser problemático, diz Santos, mas o Ceagesp já indicou que deve retomar a operação nesta quarta (12).

“O consumidor vai encontrar alguma dificuldade de alguns produtos em alguns lugares, mas isso se repõe rapidamente. Ou seja, não precisa sair correndo para comprar”, diz Santos. Segundo ele, cinturões de produção desses produtos frescos não foram drasticamente afetados pelas chuvas e, por isso, ele diz acreditar que não haverá grande repasse de preço.

Transportadoras

As transportadoras que atuam nos arredores da região metropolitana de São Paulo devem fazer uma força-tarefa no fim de semana para normalizar a coleta e entrega de mercadorias, de acordo com Marinaldo Barbosa, diretor de abastecimento e distribuição no Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp).

Barbosa disse que “o impacto foi gigante”, porque as tempestades afetaram regiões importantes para o setor de cargas, como o entorno da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) e a zona norte, onde muitas transportadores concentram seus galpões.

“O impacto foi grande, travamos operações, o abastecimento foi mínimo em São Paulo, praticamente não teve”, afirmou Barbosa, ponderando que é difícil estimar os estragos em números.

“No caso dos perecíveis, os caminhões ficaram tomando chuva, as verduras encharcaram, essa mercadoria é perdida. Para os de carga geral, dá para segurar mercadoria e aí não é um prejuízo realizado assim, é dos caminhões que ficaram parados, dos depósitos que lotaram”, disse Barbosa.

A Setcesp representa mais de 21 mil transportadoras em 50 municípios da região metropolitana de São Paulo e entorno. Só na cidade de São Paulo, a categoria faz, em média, 1,4 milhão de expedições (retirada de produtos) e 2,1 milhões de entrega.
“Grande parte disso acumulou. A empresa que não é de perecíveis vai poder entregar nos próximos dias, mas é uma bola de neve, quando deixo de entregar, também não faço a coleta, está tudo encadeado. Vai ter um esforço para colocar as entregas em dia. Muitas empresas vão trabalhar no fim de semana, fazer esforço concentrado. Acredito que até segunda esteja normalizado”, afirmou.


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