O setor portuário nacional (portos organizados + terminais autorizados e arrendados) deve movimentar 1,2 bilhão de toneladas em 2021, um crescimento de 4% em relação ao ano passado. A projeção é da Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho da ANTAQ. Conforme a análise da Agência, esse número pode ser ainda maior se a movimentação de minério de ferro se recuperar das recentes quedas de 3% em 2020 e de 10% em 2019.
Na terça-feira (16), a ANTAQ atualizou o Estatístico Aquaviário, trazendo os números de janeiro de 2021. A movimentação de carga no primeiro mês do ano foi de 87,6 milhões de toneladas, um crescimento de 14% em comparação com o mesmo período de 2020. O Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA), que é a instalação que mais movimenta carga no país, movimentou 15,6 milhões de toneladas em janeiro deste ano, um crescimento de 7,7% em relação ao mesmo mês de 2020. O principal porto público do Brasil – Santos (SP) – movimentou em janeiro deste ano 7,2 milhões de toneladas, aumento de 12% frente a janeiro do ano passado.
“Há enormes chances de o setor portuário nacional manter seu viés de alta quando se trata de movimentação. E isso é fundamental para a economia do país. Significa geração de renda e emprego, tão relevantes para a sociedade, ainda mais em um contexto de crise provocada pela pandemia da Covid-19. Os números de 2020 já foram excelentes. Registramos um crescimento de mais de 4% em comparação com 2019, mesmo em um cenário pandêmico”, afirmou o diretor-geral da ANTAQ, Eduardo Nery.
As expectativas são otimistas para 2021 e para os próximos anos também devido ao agronegócio brasileiro. A safra agrícola projetada para até 2050 deve chegar a 500 milhões de toneladas, como destaca o gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho da ANTAQ, Fernando Serra. “Além disso, a Vale planeja retomar o nível de produção do minério de ferro, chegando ao patamar dos 400 milhões de toneladas por ano.”
Para o diretor-geral da Agência, é importante que o setor portuário nacional seja dotado de infraestrutura e atraia cada vez mais investimentos privados para que essa demanda de movimentação de cargas seja atendida. “Por isso, a ANTAQ trabalha com toda a eficiência para que os leilões de áreas portuárias sejam realizados com absoluto sucesso. Acreditamos que o programa de arrendamentos portuários do governo federal, que conta com o preponderante trabalho da Agência, é revolucionário e propiciará ao setor mais investimentos, mais infraestrutura, mais eficiência para a logística nacional e segurança jurídica aos contratos a serem assinados”, aponta Nery, ressaltando que apenas em 2021 estão previstos cerca de 20 leilões de áreas portuárias.
A título de exemplo, em 9 de abril, serão leiloadas cinco áreas: quatro no Porto do Itaqui (MA) para movimentação de combustíveis; e uma no Porto de Pelotas (RS) para carga geral, especialmente madeira. Juntos, os investimentos alcançarão cerca de R$ 610 milhões.
Destaque: granel líquido
Na quinta-feira (18), Fernando Serra participou de um evento virtual organizado pelo Congresso Internacional de Desempenho (Cidesport). Durante sua palestra, o gerente apresentou novamente os números do setor portuário registrados em 2020. No ano passado, o setor portuário nacional movimentou 1,151 bilhão de toneladas, um crescimento de 4,2% em relação a 2019. Houve aumento na movimentação de granel sólido (+1,2%), de granel líquido (+14,8%) e de contêineres (+1,1%). A carga geral registrou leve queda (-0,3%). “O crescimento na movimentação de granel líquido se deve a movimentos das plataformas para portos marítimos, pré-sal, e aumento nas exportações do petróleo.”
voltar