6ª Conferência do SETCESP reúne debates sobre a defasagem e a tabela do frete
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Empresários do setor discutiram diferentes pontos de vistas sobre a Política Nacional do Piso Mínimo  

Na manhã de ontem (05/09), empresários e representantes do TRC compareceram à sede da entidade para participarem da 6ª Conferência SETCESP, que promoveu um debate em torno dos assuntos relacionados a tabela e frete e a defasagem no transporte rodoviário de cargas.

A complexidade em torno do assunto tem gerado muitos impasses desde que a nova Tabela do Frete, realizada a partir de um estudo elaborado pela ESALQ-LOG da USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) foi anunciada pela ANTT e suspensa pelo Ministério da Infraestrutura. A validade da mesma agora será decidida pelo Supremo Tribunal Federal, que já adiou o julgamento do assunto, que iria ocorrer no último dia 04.

Para dar início ao evento, Tayguara Helou, presidente do SETCESP, apresentou os temas discutidos durante o CONET (Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado), fazendo questão de ressaltar que o TRC está muito bem representado em Brasília “as nossas bandeiras estão sendo levantadas e levadas ao poder público, discutimos bastante sobre a Reforma Tributária pois a carga tributária paga por nós transportadores é de 48%, em média, e esmaga a margem de lucro”, apontou.

Em seguida, Lauro Valdívia, assessor técnico da NTC&Logística, expôs um estudo sobre o frete considerando os componentes tarifários: frete valor, GRIS e generalidades. Lauro também comentou as políticas impostas nos anos anteriores que culminaram no cenário atual, além disso, compartilhou as dificuldades de se contemplar na nova tabela todas variáveis de uma país tão grande e diversificado como o Brasil. “A tabela não é uma má ideia, o trabalho da ESALQ Log contempla 11 especialidades, no entanto, é obvio que falta considerar muita coisa”, disse Lauro.

Na sequência, Ricardo Melchiori, conselheiro gestor da RGLog Transportes, assumiu a palavra para expor as dificuldades e o ponto de vista do transportador do segmento de lotação. Para ele “a tabela é viável, mas não é a melhor”, no entanto, fazendo um comparativo com as commodities do agronegócio, “para o que não é bom o caminho é ajustar e não suspender”, sugeriu Ricardo.

“Não vamos entrar no mérito se é boa ou ruim, mas de fato a tabela foi criada de forma bem transparente e todos tiveram a oportunidade de participar da sua elaboração por meio das audiências públicas”, declarou José Maria Gomes, presidente da ABTLP e diretor da Quimitrans, sobre a tabela do frete, acrescentando que “independente da tabela temos a esperança de melhorar os nossos negócios, e por isso, torcemos pela diminuição da incerteza na economia”.

Assumindo a tribuna, Carlos Candal Neto, diretor da Câmara Técnica de Carga Fracionada da NTC&Logística e vice-presidente da TSV Logística e Transporte, falou sobre a economia do país e como a confiança e os investimentos andam em baixa, destacando que a escassez dificulta o consenso “na hora que a economia crescer esse assunto vai se dissipar”, disse Carlos. O empresário do segmento de carga fracionada, ainda apontou a necessidade do setor de transporte se impor diante dos embarcadores “precisamos de melhores apurações de custos e repassar os valores aos nossos clientes”.

Após as perguntas da plateia, Tayguara reforçou a ideia de que é preciso que os investidores do país separem a economia dos problemas políticos “o Brasil tem tudo para crescer”, e afirmou que a classe tem que estar unida enfrentando as dificuldades e valorizando serviço prestado. “Se o embarcador quer segurança e que a mercadoria chegue no prazo, ele precisa pagar por isso. Mas se ele quer baixar o preço a todo custo tem que saber também que será responsável pelo perigo de mortes e acidente nas estradas, pois é impossível manter uma boa infraestrutura sem a renumeração correta dos serviços”, finalizou encerrando os debates.

Clique aqui e confira os conteúdos apresentados durante a 6ª Conferência.

Veja também as fotos do evento.

E assista aqui o vídeo com a opinião dos palestrantes.


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