5 dicas para ter mais inteligência emocional no trabalho
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Consciência das emoções impacta o desenvolvimento da inteligência de cada pessoa

Você consegue administrar os próprios sentimentos? Um campo de pesquisa chamado “inteligência emocional”, popularizado pelo jornalista Daniel Goleman, busca entender como a capacidade de reconhecer e gerir nossas próprias emoções pode afetar a nossa inteligência e a dos outros.

A emoção é uma reação física e comportamental frente a determinados estímulos chamados de gatilhos. Já a forma como nós reagimos a diferentes situações e a determinados estímulos (com consciência e domínio) é a inteligência emocional, explica Cecília Pinaffi, consultora de carreira.

“Por exemplo, se a gente tem medo, pode paralisar. São reações físicas frente a determinadas emoções. Mas também é de comportamento porque a nossa bagagem, os estímulos que a gente teve, que formaram quem nós somos, impactam a forma como nós reagimos aos estímulos que estão sendo transmitidos para a gente”, exemplifica.

As emoções, assim como a inteligência emocional, afetam todas as áreas da vida do indivíduo: pessoal e profissional, explicam os especialistas.

“A inteligência emocional impacta em tudo que fazemos e que envolve emoções, como por exemplo a tomada de decisões mais equilibradas, sem impulsividade, a melhoria nas relações interpessoais, melhor comunicação (fala e escuta), resiliência, aceitação de questões ao seu redor ou de si mesmo (autoestima)”, diz André Cantamessa, sócio da Exec, empresa especializada na seleção e desenvolvimento de altos executivos e conselheiros.

De acordo com Cantamessa, há cinco componentes principais na inteligência emocional, que podem ser caracterizadas como competências e habilidades:

Autoconsciência: Reconhecer e entender suas próprias emoções.

Autorregulação: Gerenciar e controlar suas próprias emoções.

Habilidades sociais: Gerenciar relacionamentos e construir redes sociais eficazes.

Motivação: Utilizar suas emoções para alcançar objetivos.

Empatia: Compreender e sentir as emoções dos outros.

Benefícios para o trabalho

No trabalho, ter uma compreensão básica das emoções é fundamental não apenas para ser capaz de nomear e regular suas próprias emoções, mas também para ser capaz de compreender e identificar as emoções dos outros, explicam os especialistas.

Além disso, de acordo com Cecília, quando temos domínio sobre como reagimos, conseguimos dominar a forma como devolvemos isso através de sentimentos, seja lidando com as reações ou gerando um posicionamento final diferente do esperado.

“Se alguém me questiona em um assunto que eu sinto que tenho domínio e que eu estou sendo questionada por determinado motivo, ao invés de eu reagir de forma agressiva, respondo com curiosidade perguntando: por que isso está te levando a pensar desta forma?”, explica.

Com isso, a pessoa consegue responder de forma que consiga tirar o melhor proveito da situação: cuidando da autoestima, presença e da imagem e fazendo com que essas situações sejam de aprendizado e de desenvolvimento.

De acordo com os especialistas, a capacidade de lidar com os sentimentos pode trazer inúmeros benefícios para a carreira, como melhor tomada de decisão – mais racional, sem instintos e preconceitos/vieses inconscientes, redução do estresse, maior confiança e autoestima e geração de aprendizado e desenvolvimento a partir das situações vividas no dia a dia.

Além disso, Cantamessa pontua que o método pode desenvolver líderes mais efetivos, incluindo a motivação intrínseca. “Quando você entende as pessoas, entende o que elas querem e precisam. Sem essas informações, você não terá sucesso em descobrir como as atividades se encaixam no que cada um quer e precisa”, diz. Isso aumenta o bem-estar dos funcionários e a retenção de talentos.

Confira 5 dicas para ter mais inteligência emocional:

  1. Autoconhecimento – Reflita sobre as próprias emoções e como elas afetam pensamentos e comportamentos no dia a dia;
  2. Trabalhe a paciência – Desenvolva estratégias para não reagir rápido, controlar impulsos e reações emocionais intensas;
  3. Tenha momentos de descompressão – Separe um momento no dia para refletir sobre como está reagindo a situações e como melhorar os comportamentos. Além disso, busque formas de gerenciar o estresse com técnicas de relaxamento, como meditação e exercícios físicos;
  4. Tenha curiosidade – Entenda o que está acontecendo para gerar uma solução mais adequada. Além disso, procure compreender as perspectivas e sentimentos dos outros;
  5. Busque feedback – O relato de amigos, familiares e colegas também pode ajudar a identificar áreas de melhoria.

Como o RH pode ajudar nisso?

De acordo com os especialistas, o RH pode ajudar na promoção de inteligência emocional ao oferecer treinamentos, diagnosticar e desenvolver competências através de Planos de Desenvolvimento Individuais, promover programas de mentoria focados no desenvolvimento emocional, explicam os especialistas.

A organização também pode possibilitar rotinas de avaliações e feedbacks com líderes que já tenham desenvolvido as competências emocionais.

De acordo com os especialistas, é importante também que a empresa fomente um ambiente de trabalho que valorize a comunicação aberta e empática, ofereça programas de suporte, como aconselhamento e serviços de bem-estar e criem políticas que promovam a diversidade e a inclusão, ajudando os funcionários a se sentirem valorizados e compreendidos.


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