A programação teve um espaço reservado para um painel especial, o ‘Movimento que transporta: diversidade em rota de oportunidades’
A Feira Emprega Transporte, promovida pelo SEST SENAT no último dia 15 com apoio do SETCESP, abriu espaço para um debate essencial: a inclusão e a representatividade no setor de transporte.
Um dos momentos de destaque da programação foi o painel ‘Movimento que transporta: diversidade em rota de oportunidades’, que reuniu diferentes vozes para discutir como empresas podem adotar um olhar mais inclusivo na hora de selecionar talentos.
O encontro contou com a participação de Camila Florencio, coordenadora da movimento Vez & Voz; Léo Áquilla, secretária municipal dos Direitos LGBTI; Ana León, coordenadora municipal dos Direitos dos Imigrantes; e Karla Clarinda, headhunter e influenciadora.
Camila revelou um panorama do setor, o de que apenas 15,7% da força de trabalho no transporte é composta por mulheres. A maioria delas está em funções administrativas, enquanto só 3% ocupam cargos de liderança ou atuam como motoristas.
Ela lembrou que o Movimento Vez & Voz, criado há quase cinco anos, tem como missão ampliar a participação feminina no setor, atraindo novas profissionais, desenvolvendo carreiras e incentivando a ascensão para postos de liderança. Desde que o movimento foi lançado, a presença das mulheres cresceu 1,7%. “Ainda há muito a conquistar, mas já temos avanços importantes a celebrar”, avaliou.
A pauta também incluiu a população imigrante. Ana reforçou que a documentação não deve ser vista como barreira para contratação, pois os Centros de Referência especializados já oferecem suporte para a regularização. “Nossa missão é orientar os recém-chegados e mostrar os caminhos possíveis. Estamos dialogando com o setor empresarial para abrir portas, porque muitos imigrantes estão em busca de oportunidades”.
Já Karla ressaltou o papel estratégico das redes sociais na busca por emprego. Para ela, as plataformas podem aproximar candidatos e empresas de forma eficiente. “A tecnologia veio para ajudar, mas ainda precisamos incentivar um uso mais estratégico das redes sociais. Na minha carreira, o LinkedIn sempre foi uma grande ferramenta de conexão”, afirmou.
Para encerrar, Léo Áquilla trouxe uma reflexão sobre o desafio de transformar a inclusão em acolhimento real dentro das empresas. “Quando falamos de RH, inclusão e acolhimento, é preciso cuidado com a meritocracia. Nem todos partem do mesmo ponto: alguns estão de bicicleta, outros de avião. Se não reconhecermos essas vulnerabilidades, continuaremos repetindo os mesmos erros”, alertou a secretária.
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