Nessa hora, não é só o entrevistado que deve estar preparado. O recrutador precisa saber fazer as perguntas sem ser invasivo, mas ao mesmo tempo, colhendo todas as informações necessárias
Quem já passou por uma entrevista de trabalho e não se sentiu nervoso quando esteve cara a cara com o entrevistador? O fato de você estar tão próximo da desejada vaga, pode sim, trazer a sensação de ansiedade.
Mas há quem consiga dar leveza a situação, para que tudo flua com maior tranquilidade. Esta pessoa é o profissional que está com a tarefa de observar se o candidato tem habilidade técnica e comportamental para exercer a função: o recrutador.
Para fazer isso, ele deve utilizar perguntas que se atenham aos requisitos da vaga, e não outras que, além de invasivas, são carregadas de vieses inconscientes, que não agregam para encontrar o perfil adequado.
Mas, se é difícil para o entrevistado, a gente entende que também pode ser difícil para o recrutador da empresa saber como conduzir a conversar. Por isso, consultamos o serviço de Seleção de Talentos do SETCESP, e reunimos aqui uma lista do que não se deve perguntar durante a entrevista de emprego.
São questões que simplesmente não esclarecem os fatos e até podem constranger o candidato.
“Acho que uma das piores é: você tem filhos?”, compartilha Micael Vital, psicólogo organizacional do SETCESP. “Era muito comum os candidatos terem de responder essa pergunta tempos atrás. Hoje, isso é uma questão considerada inadequada. Mesmo por que, não há nada que prove que uma pessoa que tem filho, por exemplo, falte mais que uma que não tenha”, diz.
De forma geral, não são indicadas, perguntas pessoais ou íntimas, como as relacionadas à crença religiosa, orientação sexual, aparência, posicionamentos políticos ou de natureza familiar, semelhante a estas abaixo:
- Você é casado (a) ou namora?
- Quem fica com os seus filhos enquanto você trabalha?
- Planeja engravidar? [Para mulheres]
- Com quem você mora?
- Qual a sua religião?
- Você tem tatuagem?
- Você usa seu cabelo sempre assim?
- Você bebe ou fuma?
Prefira isso ao invés daquilo…
“Uma estratégia que usamos ao fazer as perguntas relativas ao perfil técnico da vaga é já criar um relacionamento com a pessoa, para no final perguntar: pode me falar um pouco mais sobre você?”, afirma a gestora de RH, Itala Santos.
“Assim, a pessoa conta um pouco da sua rotina de vida e sobre o que gosta de fazer. Estando à vontade, ela mesma falará se tem filhos e quantos. Você acaba coletando a maioria das informações sem perguntar de maneira direta”, completa Itala.
A ideia é criar uma conexão com o candidato para promover um processo de seleção mais humanizado. “Claro que a avaliação técnica deve ser feita forma objetiva, mas para a parte comportamental é possível demonstrar mais empatia”, aponta Kathllen Rodrigues, especialista em gestão de pessoas, que dá outras dicas.
“Prefira perguntar: de que forma o profissional faria isso ou aquilo? E, como ele agiria em determinada situação?”, conta Kathllen, dando exemplos prático de como se deve perguntar:
- Se você pudesse escolher seus colegas de trabalho, como eles seriam?
- O que você espera de um bom gestor?
- O que faz você permanecer em uma empresa?
- O que te aborrece no trabalho?
- Para motoristas especificamente: como você lida com o trânsito?
Micael destaca que, ao agir desta forma, as empresas evitam processos. “Lembro de ter lido sobre uma pessoa que se sentiu prejudicada em um processo seletivo e entrou com uma ação judicial, alegando que a empresa não a contratou porque tinha filhos. Neste caso, a recrutadora havia feito aquela fatídica pergunta: mas com quem você deixará as crianças?”
“É um cuidado para não prejudicar também a imagem da empresa”, alerta Itala. A gestora, conta que na frente dos candidatos, prefere chamar as entrevistas de bate-papo. “Isso por si só deixa a pessoa menos insegura”, acrescenta.
Para não correr o risco de errar na hora de selecionar seu candidato, as empresas podem contar com o Serviço de Seleção de Talentos do SETCESP, que faz desde a triagem de currículos até a aplicação de testes e avaliações. É um serviço especializado em encontrar profissionais para funções do setor de transporte, tanto da área administrativa, quanto operacional.
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