Inflação e emprego no Rio Grande do Sul, pós-enchentes, são retratados no Boletim de Conjuntura Econômica de Julho, da CNT
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A CNT (Confederação Nacional do Transporte) publicou, nessa terça-feira (16), o Boletim de Conjuntura Econômica – julho de 2024. O informe traz dados conjunturais do Brasil e, em destaque, variáveis macroeconômicas para o Rio Grande do Sul (RS). O recorte gaúcho leva em consideração o impacto das inundações na economia do estado. Abrange análises da inflação na região metropolitana de Porto Alegre, da movimentação de emprego no estado, em maio, e das linhas de crédito que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) lançou, no mês passado, para as empresas atingidas pelas enchentes.

Em junho, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) cresceu 0,21%. Embora o percentual seja menor do que o registrado em maio (0,46%), no acumulado em 12 meses, o índice aumentou, passando de 3,93% para 4,23%. A inflação para o grupo de transporte e do diesel seguiu a mesma tendência, com redução do índice mensal para, respectivamente, 0,19% e 0,64%; e, no acumulado em 12 meses, aumentou. O IPCA do transporte fechou em 4,56%; e o do diesel, em 15,33%.

No recorte do IPCA para a região metropolitana de Porto Alegre, chama a atenção o aumento expressivo, no mês de junho, do índice mensal para o pedágio: 358,36%. Esse resultado veio após o estado apresentar, no mês anterior, deflação de 86,18%. Essa diferença demarca os meses impactados pelas enchentes, em abril e maio, quando muitas concessionárias deixaram de cobrar pedágio para o transporte de bens essenciais e emergenciais de atendimento à população. Por outro lado, em junho, o pedágio passou a ser o item com o maior aumento na cesta de bens do índice.

Mercado de trabalho

Já o mercado de trabalho no transporte, no Brasil, teve saldo de 6.497 vagas ocupadas em maio. Apesar de ser positivo, o número é inferior ao resultado registrado no mesmo mês do ano passado (7.252). Foi pior também do que em 2022 (14.240) e em relação ao saldo de abril deste ano (14.424). O desempenho do mercado de trabalho foi mais crítico no Rio Grande do Sul.

Em maio, o estado registrou perda de 22.180 empregos formais. O resultado negativo foi provocado, em grande parte, pelos impactos das enchentes, desempenho semelhante ao de maio de 2020, período mais crítico da pandemia da covid-19. O saldo negativo foi registrado em todos os setores: indústria (-6.586); comércio (-5.520); agropecuária (-4.318); e serviços (-4.226). No transporte, foram fechadas 1.201 vagas, na diferença de admissões e demissões no mês.

Os dados corroboram a Pesquisa de Impacto no Transporte que a CNT realizou em junho com as empresas da região. Segundo o levantamento, 95,3% das empresas tiveram impactos negativos em seus negócios, sendo que 50,0% delas relataram perdas de até 10,0% do valor patrimonial; e 31,6% das respondentes tiveram sua operação paralisada, total ou parcialmente, por mais de 15 dias.

No início de junho, um mês após as enchentes no Rio Grande do Sul, o BNDES anunciou linhas de crédito emergenciais para capital de giro e investimentos, visando apoiar as empresas da região. No entanto, houve demora na liberação do crédito, o que só ocorreu, efetivamente, a partir do dia 10 de julho. Isso aconteceu em decorrência de alterações na norma estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional em relação à área de abrangência da calamidade para fins de acesso aos R$ 15 bilhões disponibilizados pelo banco.

Acesse o boletim.

Foto: divulgação Agência CNT Transporte Atual


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