“Concorrentes vs Parceiros”
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04/02/2019 – 14:32 / SETCESP

Concorrente nos remete a uma sensação de rivalidade e ou competição com demais pessoas ou empresas, mas em sua essência, concorrente é simplesmente algo que corre ou ocorre no mesmo momento, ou seja, está simultâneo com outra pessoa ou empresa, porém, vamos ficar com aquela que nos dá o melhor sentido nos negócios.

Ao longo dos anos em minha carreira sempre entendi que concorrente é nada mais que a condição dada entre dois ou mais atores (pessoas, empresas, atletas, etc…) competindo por recursos escassos, onde apenas um dos atores terão o sucesso no final da disputa. Essa relação entre competição e disputa, onde o sucesso de uma é baseado na derrota das demais, foi uma grande ferramenta administrativa muito importante e muito utilizada durante os ciclos econômicos mais liberais, pautados por taxas de juros exorbitantes e escassez de demanda.

Com a crise de 2008 o mundo capitalista, principalmente as regiões norte americana e europeia conheceram o caos desse modelo econômico predatório e arrebatador, e logo depois a regiões sul-americanas, que em meados de 2014 também foi arrebatada pelo caos, tanto que o Brasil vive ainda hoje os reflexos da “marolinha” informada pelo presidente da época.

Hoje quando olhamos para o cenário do dia a dia de algumas empresas, ainda deparamos com empresários e gestores traçando diferentes estratégias, mas com a mesma ideologia de identificar os concorrentes (inimigos) e aniquilá-los para atingir o público alvo que supostamente acredita ser escasso e exclusivo dela ou dele. Esse modelo de empresa normalmente é engessado, pouco produtivo e normalmente lento para as mudanças sistemáticas dos dias atuais, onde vivem em um círculo vicioso.

Pode até parecer estranho os modelos que estão sendo desenvolvidos atualmente como sendo cooperativos e parceiros ao invés da competição que muitos de nós conhece. Um bom exemplo deste modelo é o chamado “Clusters”, que em bom português significa arranjos produtivos. Esse modelo tem como fim criar conglomerados positivos, que são propulsores de todas as empresas que acabam estabelecendo diversos acordos de cooperação nos processos, tais como: empresas de compras como a Amazon, que com elaborados processos políticos que viabilizam a comunicação entre os sistemas pode melhorar e promover produtos com custos cada vez mais competitivos e chegando mais rápido em seus consumidores.

Com um pé no futuro, as empresas têm que se atentar nas características que as separam das organizações do passado e a relação entre concorrentes tem que virar uma relação de parceiros, onde certamente terão condições de perpetuar seus negócios e desenvolver técnicas mais valiosas para suas empresas.

Portanto, conheça corretamente seus concorrentes e analise a possibilidade de transformá-los em grandes e reais parceiros, pois antes de ser seu adversário, ele pode muito bem ser uma peça fundamental para o atingimento de seus objetivos, bem como no desenvolvimento e a perpetuação dos seus negócios em um mercado cada vez mais globalizado.

*Marcos Souza é membro da COMJOVEM SP e diretor da Gran Cargo Transportes.


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