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04 de Janeiro de 2018 – 02h28 horas / Exame

Após um longo inverno que durou três anos, o setor de caminhões no Brasil tem o que comemorar. Dados obtidos pelo site EXAME mostram que o setor cresceu 2,7% em 2017, com destaque para o segundo semestre do ano.

 

Segundo os dados do Renavam 2017, as vendas de caminhões ficaram em 51.941 (alta de 2,7%). Já as vendas de ônibus fecharam o ano em 11.755 (alta 5,3%).

 

“No primeiro trimestre de 2017 tivemos uma queda de 28%, já no último trimestre, crescemos 47%, o que mais que compensou a queda no início do ano”, explica Roberto Cortes presidente da MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen no Brasil.

 

A empresa cresceu um pouco mais que o total do mercado, fechando 2017 com alta de 3%, e recuperou a liderança no setor de caminhões acima de 5 toneladas – após 13 anos à frente, a MAN havia perdido o posto em 2016.

 

“Estou nesse setor há 20 anos e vejo que há uma relação muito grande entre o desempenho da economia e a venda de caminhões. Quem compra caminhão é porque está vislumbrando transportar mais mercadoria”, avalia o presidente.

 

A queda na taxa básica de juros, que foi de 14% para 7% no último ano, também contribuiu, já que os caminhões são bens de capital adquiridos a crédito. “Após um longo período, a tendência mudou e estamos mais esperançosos”, afirmou o presidente.

 

Novo nicho

A expectativa de Cortes é que o setor cresça cerca de 20% em 2018, considerando a tendência de alta verificada no final do ano passado. Já a MAN espera um aumento mais significativo nas vendas, com alta de 30%.

 

A diferença se justifica pela aposta da marca em um novo nicho de mercado: os caminhões de até 3,5 toneladas, que fazem parte da nova linha Delivery da Volkswagen.

 

“É o primeiro caminhão que vai poder rodar onde só carro roda, e que pode ser dirigido por quem tem CNH normal, não precisa de carteira profissional. Acreditamos que será um sucesso no mercado”, afirma o CEO.

 

O novo produto já tem ajudado a melhorar os números da fabricante, que precisou passar por uma reestruturação em 2016 devido à crise. “Antes trabalhávamos três turnos, todos os dias da semana. Fizemos uma reestruturação e passamos a fazer um turno só, quatro dias por semana”, conta o presidente.

 

Agora, com os sinais de recuperação da economia e as encomendas impulsionadas pelos novos produtos, a fábrica, que fica em Resende (RJ), está operando cinco dias por semana, inclusive com atividade aos sábados e horas extras até abril, para dar conta das encomendas.


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