SETCESP lança campanha de valorização do TRC
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15 de Maio de 2008 – 10h00 horas / Redação SETCESP
O presidente do SETCESP, Francisco Pelucio, apresentou, ontem (14), uma campanha em defesa da mobilidade urbana na maior cidade do País. A proposta da entidade é mostrar à opinião pública a importância do transporte rodoviário de cargas no abastecimento dos estabelecimentos comerciais da metrópole e no cotidiano do cidadão. O slogan da campanha é: “Se tá na mão, veio de caminhão”.
Para isso, a entidade apresentará sua mensagem a uma rede de veículos de massa, formada por emissoras de rádios, jornais, portais da internet, além de usar, nesta primeira etapa, 50 mil adesivos colados nas carrocerias dos caminhões. A frota que receberá os adesivos terá como destino o centro da capital paulista.
O público-alvo da campanha são os cidadãos das classes A, B e C, que se utilizem de automóveis diariamente para se deslocar no trajeto entre a casa e o trabalho. A campanha começa neste mês de maio e estende-se até outubro deste ano.
Num momento de economia aquecida, em que a indústria produz à plena carga, em que a oferta de crédito foi ampliada de forma agressiva para o consumidor ter acesso a bens e serviços e o comércio bate recorde de vendas, a campanha visa a aproximar do cidadão comum a realidade do modal rodoviário, responsável por aproximadamente 60% da movimentação de cargas na matriz do transporte brasileira. O transporte rodoviário de carga cresceu em 2007 acima dos 5,4% do Produto Interno Bruto (PIB), atingindo aproximadamente o índice de 9,6% no ano passado, segundo estudo da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística).
O presidente do SETCESP, Francisco Pelucio, avalia que as empresas de transportes são penalizadas hoje por uma visão distorcida, preconceituosa e parcial que insiste em apresentar o caminhão à comunidade como o “vilão” dos congestionamentos em São Paulo.
“Isso – explicou Pelucio – é uma inverdade. Os caminhões respondem por menos de 5% da frota de veículos de São Paulo e sem a presença deles a cidade corre o risco de ser desabastecida. O comércio é abastecido pelo transporte rodoviário em São Paulo, como na maior parte das grandes cidades brasileiras. Infelizmente, o poder público não investiu em obras de infra-estrutura para ampliar a malha viária da cidade, não concluiu o Rodoanel (para tirar o fluxo de caminhões de fora da capital de dentro da cidade), não investiu no transporte urbano de passageiros (como metrô, ônibus) para desestimular a presença dos carros de passeios nos grandes centros, como ocorre em outros países. As recentes medidas para ampliar a restrição aos caminhões estão na contramão do desenvolvimento do País. Estamos muito preocupados”, afirmou o presidente do SETCESP.
O publicitário Matheus Benatti, da agência Jurujuba Publicidade, responsável pela criação da campanha, explicou que a expectativa é passar a imagem dos serviços prestados pelas empresas de transportes que utilizam o caminhão.
A campanha está prevista para ser realizada até outubro, com a circulação de adesivos “Se tá na mão, veio de caminhão” e com o site www.caminhão.org. Nos próximos dois meses serão veiculadas mensagens bem-humoradas em emissoras de rádios, com foco na representação dos serviços de transportes voltados à saúde (entrega de equipamentos cirúrgicos e remédios), lazer (carvão, carne e bebidas) e educação (livros e dicionários). “Queremos fazer presente o caminhão no dia-a-dia da sociedade”, ressaltou Benatti.
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Francisco Pelucio e Matheus Benatti adesivam os caminhões e lançam a campanha “Se tá mão, veio de caminhão“
Restrição
Com referência ao decreto municipal que amplia área de restrição de circulação de caminhões em São Paulo, Pelucio destacou: “O erro histórico cometido de privilegiar o transporte individual de pessoas em detrimento do transporte coletivo não pode ser repetido quando se cuida do abastecimento da cidade. É infelizmente o que deverá ocorrer com a medida anunciada pelo prefeito de proibir a circulação do VUC na denominada Zona de Máxima Restrição de Circulação – ZMRC em uma área que foi aumentada de vinte para cem quilômetros quadrados na cidade de São Paulo.
Enfocando a mobilidade urbana, Pelucio explicou que o VUC (Veículo Urbano de Carga), pela legislação em vigor, pode transportar quatro toneladas de carga que pode ser paletizada, mas deverá ser substituído por seis utilitários cada um transportando 600 quilos – sem a possibilidade de paletização. “Esses seis utilitários ocuparão quatro vezes mais espaços da via pública que um VUC. Em pouquíssimo tempo a maior quantidade de veículos utilizados para o abastecimento urbano – que é vital para o funcionamento da cidade – irá contribuir para piorar a mobilidade urbana na região de restrição”.
A população também sofrerá as conseqüências, como a piora na qualidade de vida e no aumento nos custos do abastecimento urbano, que está sendo calculado 13,25%.
A economista do SETCESP, Maria José Liberato, apresentou um estudo técnico sobre o Transporte Rodoviário de Cargas e a Mobilidade Urbana, ressaltando o forte desafio de gerenciar o conflito entre a mobilização de pessoas e de bens, tanto da parte da política pública quanto da sociedade. O cenário econômico e o desenvolvimento na cidade de São Paulo foram detalhados e números das frotas de circulação de veículos (R$ 5,5 milhões) sendo que o caminhão ocupa 4% das vias. “Em 25 anos, tivemos somente 2 500 quilômetros de extensão da malha viária e houve pouca expressividade de investimento no transporte público coletivo”, lembrou Maria José que explicou também a importância do caminhão na cadeia de distribuição e abastecimento. Para a economista “Não houve inovação, por parte da política pública para a mobilidade. As medidas são paliativas e se restringem na circulação do caminhão.”
“SETCESP
Caminhões já participam da campanha

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