Antes de sua fundação, já existiam duas entidades em atividade: o Centro de Proprietários de Caminhões e Carroças do Rio de Janeiro e o Centro de Proprietários de Veículos de Santos. Desta forma, alguns homens do transporte de cargas de São Paulo também sentiram a necessidade de se unirem em prol da melhoria do setor e passaram a se organizar.
As primeiras reuniões eram realizadas espora¬dicamente em uma sala cedida pela empresa Piratininga Ltda. A partir de 1933, com a fundação do primeiro sindicato da classe, no Rio de Janeiro, surge a ideia de uma organização mais constituída. Estimulados, os paulis¬tas alugam uma pequena sala para realizar as reuniões, na Rua Mauá, nº 135, no Centro da cidade, próxima à Estação da Luz. Em 14 de setembro de 1934, Nívio Ribeiro dos Santos, Do¬mingos Nastromagário, Carlos Froes, Manoel Alonso e Manoel Diegues passam a organizar o Syndicato dos Transportadores Rodoviários do Estado de São Paulo.
Após ser encaminhado um pedido de reconhecimento do Sindicato ao Governo, as primeiras bandeiras da en¬tidade foram definidas: a campanha contra a cobran¬ça do Imposto Estadual e a anulação do contrato que a Empresa Internacional tinha com a Estrada de Ferro Central do Brasil, que afetava os interesses dos trans¬portadores rodoviários.
Logo em seguida, a união estimulou a formação de um consórcio que unia transportadores do Rio de Janeiro e São Paulo na luta contra os des¬mandos da ferrovia. Este consórcio era for-mado pelas empresas Expresso Transportes São José Ltda., Empresa Comercial de Transportes 1001, Expres¬so Sul América, Expresso Anníbal, Transporte União, Ex¬presso Transportes Bandeirantes, Rodovia Ltda. e Ex¬presso Bola Preta.
Em 1935, Alberto Mearim Gonçalves, dono da Transporte União, cedeu as dependências de sua empresa para que as reuniões pudessem ser re¬alizadas, já que a entidade havia crescido bastante. Mas, em pouco tempo, o associado vendeu a transportadora e saiu do ramo, deixando os compa¬nheiros novamente sem local para os encontros.
Na procura por um novo espaço, Manoel Diegues, dono da Empresa de Transportes Brasileiro, cedeu um espaço no imóvel à Rua Visconde de Parnahyba, nº 11, para organizar as reuniões, e, no dia 26 de janeiro de 1936, nascia o SETCESP. Manoel Diegues, dono do imóvel, foi nomeado pri¬meiro presidente do sindicato.
Três anos depois, o Sindicato recebeu reconhecimento do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, em 17 de fevereiro de 1939, com a denomi¬nação original de Sindicato dos Transportadores Ro¬doviários do Estado de São Paulo, conforme processo DNT 47.020-37 e carta patente de 17 de abril de 1939.
Em 15 de maio do mesmo ano, a entidade passa a adaptar-se ao novo regime sindical. Logo depois, em janeiro de 1948, o Diário Ofi¬cial da União publicava a nova denominação da entida¬de: SETICESP – Sindicato das Empresas de Transporte Interestadual de Carga do Estado de São Paulo.
Na década de 50, as grandes montadoras se instalaram no País, o que resultou no aumento das frotas das transportadoras e no crescimento da economia. O desenvolvimento também foi impulsionado pela abertura de novas rodovias que ligavam o interior à capital do Estado.
Nos anos 60, o SETICESP já era uma entidade consolidada e passou então a trabalhar em outras questões como o disciplinamento do transporte de cargas perigosas, criando e estabelecendo parâmetros para o trans¬porte seguro e viável deste tipo de cargas. É criada a comissão de Cargas Perigosas, sob a direção de Manoel Sousa Lima Jr.
O sindicato atravessou os anos de ditadura militar favorecido pela grande onda de desenvolvimento promovida pelos militares, com a construção de milhares de quilômetros de rodovias, a pavimentação de outros tantos e o empreendimento de diversas pontes, viadutos e obras viárias.
Na década de 80, o SETICESP engajou-se contra a invasão de empresas estrangeiras no setor de transportes. A partir das reivindicações do Sindicato, no dia 10 de julho de 1980, o então presi¬dente militar João Baptista Figueiredo assinou a lei nº 6.813, que obrigava as empresas de transporte de car¬gas a terem sede no Brasil, ou, pelo menos, quatro quintos de seu capital nacional.
Em 1985 passa a ser construída a nova sede da entidade. A Comissão de Obras é criada, com Romeu Schiavi na direção, e conta com a iniciativa do então presidente Sebastião Ubson Ribeiro. Em 1988 é inaugurado o “Palácio dos Transportes”, um edifício emblemático à beira da Via Dutra, atual sede do Sindicato.
Na década de 90 o en¬tão presidente Adalberto Panzan se licenciou do cargo para trabalhar na criação da FETCESP – Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado de São Paulo, entidade que congrega os sindicatos de todas as regiões do estado paulista. O SETCESP passa, então, a representar o município de São Paulo e mais 46 cida¬des da região metropolitana, e outros sindicatos foram criados para representar as demais regiões. A década também foi marcada pelo combate intensivo contra o roubo de cargas. O SETCESP passa a ge¬rar estatísticas sobre o crime e promover palestras e eventos para debater o assunto, como o Fórum Paulis¬ta do Transporte, que, por várias vezes, teve o roubo de cargas como tema central.
Este período também contou com o início do rodízio de carros na cidade de São Paulo, em 1996. Foi então que o presidente do Sindicato, Romeu Panzan, determinou prioridade do SETCESP no enfrentamento da questão, principalmente a respeito das restrições ao trânsito de caminhões nas cidades, que começavam a surgir. A gestão de Romeu Panzan também foi marcada pela conquista da certifi¬cação ISO 9002, em setembro de 2000.
Na década de 2000 é criado o Índice de Eficiência no Recebimento, ferramenta que mede o grau de dificuldade de estabele¬cimentos comerciais no recebimento de mercadorias. Também neste período, nasceu o Conselho Superior do SETCESP, a sede da NTC foi anexada ao prédio da enti¬dade e a Biblioteca Setorial do Transporte foi criada.
Os anos 2000 foram recebidos pelo SETCESP com a adesão às modernas técnicas de comunicação. Nas¬ce a Revista “SETCESP Notícias” e o SETCESP passa a utilizar a internet como meio de comunicação com seus associados.
Urubatan Helou chega à presidência da entidade em 2004, modernizando os meios de comunicação, criando então o SETCESP Online.
Em seu aniversário de 70 anos, o sindicato comemorou de forma grandio¬sa, com uma festa para 1500 pessoas com show da Jovem Guarda e desfile temático no Carnaval Paulista, com a Escola de Samba Unidos de Vila Maria, que le¬vou à avenida a história do Sindicato e os assuntos do transporte.
Surgem os debates sobre a mobilidade urbana e as restrições aos caminhões. Na década de 2000, o SETCESP passa a realizar diversas viagens técnicas inter¬nacionais para conhecer o transporte nas principais cidades do mundo. Na gestão do presidente Francis¬co Pelucio, iniciada em 2007, as Alças de Acesso ao Terminal Fernão Dias finalmente saem do papel e são inauguradas. Uma luta de 20 anos chega ao fim.
O SETCESP inova na gestão com o enxugamento de sua estrutura e parcerias com as entidades co-irmãs, FETCESP e NTC&Logística, e também na criação de novas Comissões Técnicas. Em 2009, o governo paulista inaugura o tre¬cho Sul do Rodoanel Mário Covas e o sindicato estreita ainda mais suas relações com os principais órgãos governamentais. Inicia-se um forte trabalho de debates sobre o ge¬renciamento de risco e as empresas de transporte.
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