Saiba como a Lei do Paten pode beneficiar o ESG na sua transportadora
Compartilhe

Entre os incentivos previstos pelo Programa de Aceleração da Transição Energética ( Paten ) está a conversão de motores movidos a diesel para biocombustíveis e a gás natural

No início deste ano, o Governo Federal sancionou a Lei 15.103/2025, que instituiu o Programa de Aceleração da Transição Energética – o Paten, visando financiar ações que mudem as atuais fontes de energia para outras mais limpas.

Mas, na prática, o que isso pode significar para as empresas de transporte rodoviário de cargas? Para saber mais a respeito, a Comissão de Sustentabilidade do SETCESP contatou um especialista sobre o assunto com o objetivo de trazer esclarecimentos de como o setor pode se beneficiar deste programa.

Victor Ribeiro, consultor estratégico da Thymos Energia, apresentou durante a reunião online da comissão, que ocorreu no dia 19 de fevereiro, os principais pontos previstos pela nova legislação.

A Lei cria um ‘Fundo Verde’, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que será a base do financiamento que garantirá recursos para iniciativas de baixo carbono, reduzindo custos para as empresas.

O consultor destacou que, antes desta medida, os incentivos governamentais para veículos sustentáveis no Brasil eram predominantemente direcionados a automóveis de passeio elétricos e híbridos.

Agora, o programa prevê uma ampliação significativa dos estímulos para projetos que envolvam veículos pesados como caminhões e ônibus movidos a biometano, biogás, etanol e a gás natural.

“Essa expansão busca promover a descarbonização de setores que anteriormente não eram contemplados pelos programas existentes, reconhecendo a importância de reduzir as emissões em todas as áreas, inclusive no transporte e logística”, conta Ribeiro.

Com o ‘Fundo Verde’ empresas poderão utilizar créditos tributários e precatórios como garantia de financiamentos. A norma trouxe a previsão de que empresas com dívidas tributárias negociem com o fisco, comprometendo-se a investir em projetos de desenvolvimento sustentável como parte da resolução de suas pendências fiscais.

O especialista chama a atenção para o fato de que o Paten não se limita a incentivar a aquisição de veículos sustentáveis; mas também a financiar a construção e modernização de plataformas de abastecimento necessária para esses novos combustíveis.

“Por meio dele poderão serem feitos investimentos de infraestrutura, como a implantação de postos próprios de recarga elétrica e biogás e a expansão de corredores de transporte sustentável, garantindo a rede necessária para caminhões e ônibus elétricos movidos a hidrogênio”, detalha Ribeiro.

Além da compra de veículos novos, há incentivos para converter motores movidos a diesel para biocombustíveis e gás natural, reduzindo custos para empresas que não podem substituir toda a frota de imediato.

Para o consultor, o setor de transportes pode aproveitar as oportunidades criadas pelo Paten para modernizarem sua frota e investir na diversificação de combustíveis reduzindo a dependência do diesel, o que trará uma vantagem competitiva significativa.

Entretanto, ele avisa que a Lei deve sofrer algumas regulamentações futuramente, sendo preciso acompanhar os desdobramentos. “Ainda precisa ficar claro quais são as responsabilidades que o governo exigirá das empresas e como os bancos vão disponibilizar esses créditos”.

No Brasil, o setor de transporte é o segundo maior emissor de CO₂, um dos principais gases causadores do efeito estufa, ficando atrás apenas do agronegócio, de acordo com informações da Agência Our World in Data (em português – Nosso Mundo em Dados).

Ribeiro lembra que, por mais que o Brasil tenha uma matriz energética diversificada, observa-se no debate mundial o crescimento da pressão para a redução de emissões de gases de efeito estufa.

Considerando este cenário, o transporte poderá ser um dos setores no país convocados a contribuir para a solução do problema. Para ele só existem duas formas de isso acontecer, “via penalidades com restrições de circulação ou por meio de incentivos para as frotas se modernizarem com a descarbonização, como essas propostas pelo Paten, o que é muito mais interessante para todos”.

Mesmo porque eventos climáticos estão mais extremos: ondas de calor, chuvas concentradas, furacões, derretimento das camadas de gelo nos círculos polares. “A verdade é que há um clamor da sociedade para conter essas mudanças climáticas e ninguém pode ficar indiferentes a isso”, conclui.

Faça parte da Comissão de Sustentabilidade. Confira a agenda de reuniões!


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.