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14 de Junho de 2017 – 03h17 horas / Luiz Marins

Quando perguntamos a mais de uma centena de jovens, reunidos numa atividade da Fundação Luiz Almeida Marins Filho, o que é ser uma pessoa feliz, a resposta que nos deram foi: uma pessoa feliz é uma pessoa rica e famosa e que é invejada por outras pessoas. Essa preocupante resposta é fruto de uma sociedade que valoriza mais o “ter” do que o “ser” e em que o desejo de celebridade parece ser superior a qualquer outro valor.

 

A consequência é o que temos assistido: corrupção, mentira, deslealdade, desonestidade, ausência de valores éticos e morais. Os fins – ser rica, famosa e ser invejada – parece justificar todos os meios para se conseguir esse objetivo. E o que é mais preocupante é que os exemplos recentes, dados por empresários corruptores e agentes públicos corruptos, fazem com que os jovens acreditem que não haja mais pessoas honestas e – o que é ainda pior – acreditem que honestamente seja impossível vencer e ser feliz.

 

Psicólogos, psicanalistas, filósofos e psiquiatras famosos têm alertado sobre os riscos de uma sociedade alicerçada nessa crença. Lembro-me de uma palestra do Dr. Içami Tiba em que ele pedia aos professores que voltassem a discutir com seus alunos os temas básicos de virtudes e valores e disse, com todas as letras, que estaremos construindo uma sociedade insustentável se pais e professores continuarem a se omitir sobre esses assuntos. O famoso psicanalista inglês Adam Phillips, em inúmeras entrevistas, tem feito o mesmo alerta.

 

Ninguém é contra uma pessoa desejar ser rica e famosa. O que nos tem chamado a atenção e nos preocupado é que esses atributos não são vistos como consequência de uma vida de trabalho, digna, moral e eticamente defensável, mas como produto da esperteza e do oportunismo, sem nenhuma consideração ética ou moral.

 

Tenho visto com esperança que as empresas estão começando a chamar para si essa responsabilidade. Palestras e debates sobre ética, compliance, comportamentos desejáveis, boas maneiras e mesmo a adoção de códigos de ética e de vestir, são uma luz no fim desse escuro túnel.

 

Pense nisso. Sucesso!


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