A produção da indústria nacional cresceu 0,3% em abril, na comparação com março, porém o setor ainda acumula queda de 2,7% nos quatro primeiros meses do ano, segundo a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta terça-feira (4) pelo IBGE. Na comparação com abril do ano passado, a indústria caiu 3,9%. Com esses resultados, a produção está 17,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
A maior influência negativa partiu do setor extrativo, pressionado pela redução na produção de minério de ferro, decorrente do rompimento da barragem em Brumadinho (MG), em janeiro. Com isso, a indústria extrativa caiu 9,7%, e teve o quarto resultado negativo seguido na comparação com o mês anterior, acumulando -25,7% no ano. Em relação a abril de 2018, o recuo foi de 24%.
“Há um efeito de queda em sequência do setor por conta de Brumadinho, e isso vem trazendo impactos negativos na indústria como um todo”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo, complementado que o crescimento na indústria geral seria de 1,2% se o setot extrativo não fosse considerado na pesquisa.
Ante março, houve crescimento em 20 das 26 atividades pesquisadas, o resultado mais disseminado para o setor industrial desde junho de 2018, quando 22 das 26 atividades tiveram alta. “Isso em um mês após a intensa queda promovida pela greve dos caminhoneiros. A indústria havia crescido 12,5% em junho do ano passado”, relembra Macedo.
Entre as altas na passagem de março para abril, destaque para o crescimento de 7,1% em veículos, 8,3% em máquinas e equipamentos, 5,2% em produtos químicos e 1,5% em alimentos. Esses setores reverteram os resultados negativos de março.
“Veículos automotores vêm mostrando um comportamento de maior volatilidade, em função de uma demanda doméstica que não consegue acompanhar essa produção. Ainda há a crise na Argentina afetando as exportações desse setor, então se regula a produção para atender a demanda”, diz Macedo.
A ligeira alta de abril foi influenciada pelos resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas em relação a março. Houve altas de 3,4% em bens de consumo duráveis, 2,9% em bens de capital e de 2,6% em bens de consumo semi e não duráveis. Já o setor de bens intermediários caiu 1,4%, a quarta queda seguida, acumulando -4,2% nesse período.
Sobre a indústria de transformação como um todo, Macedo diz que há uma constante que contribui para justificar a queda do setor industrial no ano. “São fatores que a gente já comenta para o setor industrial, associados à demanda em ritmo menor e à taxa de desocupação do mercado de trabalho”.
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