A produção industrial recuou em dez dos 15 locais pesquisados pelo IBGE em fevereiro, frente a janeiro de 2021. O resultado negativo foi puxado pelo desempenho de São Paulo (-1,3%), em razão de reduções na produção da indústria alimentícia e na de derivados de petróleo. No mês, a indústria nacional caiu 0,7% após nove meses de crescimento. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional), divulgada hoje (08) pelo IBGE.
“Em segundo lugar em termos de influência, o Pará teve queda de 7,4%, em grande parte devido à indústria extrativa”, explica Bernardo Almeida, gerente da pesquisa. Ceará (-7,7%) e Bahia (-5,8%) também assinalaram retrações acentuadas na passagem de janeiro para fevereiro de 2021.
No lado positivo, a principal influência foi o Rio de Janeiro, com 1,9% de crescimento – a quarta taxa positiva consecutiva para a indústria fluminense. “Nesses quatro meses de alta, o ganho acumulado foi de 5,4%”, acrescenta Bernardo. O crescimento no mês foi influenciado pelo setor de metalurgia e de veículos automotores.
Mato Grosso apresentou a segunda maior influência positiva sobre o resultado nacional, bem como o maior resultado em termos absolutos (7,3%). O setor de alimentos explica os bons números mato-grossenses.
Na comparação com fevereiro de 2020, a indústria nacional cresceu 0,4%, com altas em cinco dos 15 locais pesquisados. “São Paulo novamente se destacou como principal influência, com crescimento de 4,4%, impulsionado pelo setor de derivados de petróleo e pelo setor de máquinas e equipamentos”, esclarece o técnico. “Vale salientar que das 18 atividades pesquisadas na indústria paulista, 12 cresceram na comparação de fevereiro de 2021 com o mesmo mês do ano passado”.
Nessa mesma comparação, a segunda maior influência veio do Rio Grande do Sul (alta de 7,9%), diante do bom desempenho do setor de máquinas e equipamentos (sobretudo colheitadeiras e tratores agrícolas).
No lado negativo, a principal influência foi a Bahia: queda de 20,9%, a mais intensa para a indústria baiana desde maio de 2020, quando registrou -21,4%. “A queda da produção de veículos e autopeças explica em grande parte esse resultado, justificado pela saída de uma montadora de automóveis da Bahia”, pontua Bernardo. A segunda influência negativa foi novamente a indústria do Pará (-11,4%), impactada pela queda na produção de minérios de ferro.
A Pesquisa Industrial Mensal Produção Física – Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo. A pesquisa tem resultados para Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e região Nordeste.
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