Pressão inflacionária no mundo deve afetar economia brasileira, inclusive o setor de transporte
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Inflação alta, aumento de juros e repercussões de conflitos internacionais são os principais desafios das economias mundiais. Este é o cenário em diversos países que estão sofrendo com essas taxas crescentes. Para o Brasil, o cenário não é diferente, embora a pressão inflacionária no momento seja menor, em decorrência da redução de impostos incidentes sobre combustíveis e energia e da taxa de desemprego ainda elevada. O tema foi abordado na palestra Macroeconomia no Brasil e no Mundo, Recessão Global e Eleições 2022, realizada nesta semana pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).

As análises foram apresentadas pelo especialista em análise macroeconômica da LCA Consultores, Mauro Schneider. Formado em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e pós-graduado em Economia pela Fundação Getulio Vargas, Schneider falou para representantes do setor de transportes.

“Estamos diante de um processo já razoavelmente claro de redução do ritmo de crescimento econômico mundial. Processo que vai se estender por algum tempo. A alta da inflação está tirando o poder aquisitivo das famílias e provocando alta de juros, o que, de forma combinada, gera desaquecimento econômico”, ressalta Schneider.

Nos Estados Unidos, o que causa apreensão são fatores como mercado de trabalho aquecido (com taxa de desocupação historicamente baixa), o que deve pressionar os salários e o preço dos produtos no país. As medidas adotadas para controlar a inflação, sobretudo a elevação da taxa de juros, podem ter impacto em todos os países, especialmente sobre a taxa de câmbio e o custo de produção de insumos e produtos importados.

As perspectivas de redução do crescimento mundial trazem preocupações para o setor transportador, uma vez que o mercado externo é bastante relevante para a geração de receitas das empresas de transporte.

Schneider destacou que o próximo governo deverá dar mais atenção à aprovação das reformas estruturantes (administrativa e tributária), para garantir a sustentabilidade fiscal e dar previsibilidade aos investimentos públicos. Apenas assim será possível ao transportador sofrer menos com a falta de investimento em infraestrutura e contar com melhor estabilidade no ambiente de negócios. Esse panorama pode igualmente contribuir para que o governo federal recupere a capacidade de investir, uma vez que a perspectiva é de enfraquecimento econômico no início do próximo ano, o que dependerá das tomadas de decisão do próximo governo.

Assista ao vídeo: cnt.org.br/lca


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