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01 de Junho de 2016 – 05h10 horas / Folha de Pernambuco

Pernambuco tem a 12ª maior malha rodoviária do País, com 44,9 mil quilômetros, sendo apenas 15% desse universo pavimentados, pouco mais de sete mil km. O Estado detém 145 rodovias, considerando também as estradas em piso natural que amargam problemas ainda maiores. Em 15 anos, apenas 20% do pavimento foi ampliado. A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou um levantamento que aponta a insatisfação dos condutores e seus dependentes quanto aos principais corredores de veículos. Conforme os dados, que toma como base o ano de 2015, apenas 133 km são avaliados como em ótimo estado de conservação, sendo cerca de 500 km indicados como péssimo. Os números reforçam a necessidade da priorização das artérias para o desenvolvimento e a qualidade de vida da população.

“Temos uma quantidade de rodovias muito menor do que a necessária, o que nos leva a uma ocupação demasiada e uma inevitável deterioração dos pavimentos. A má qualidade das estradas acaba encarecendo o frete, provocando acidentes, dificultando o transporte público e, ainda, interferindo diretamente no bem estar”, explicou o professor de engenharia da UFPE e especialista em mobilidade urbana, Mauricio Pina. Segundo ele, 60% das cargas hoje são transportadas por meio de estradas federais e estaduais, que ainda se mostram sucateadas, sem receber a devida manutenção.

Descaminhos

 

Com 215 km extensão, sendo 32 de perímetro urbano, a BR-101 ainda se mostra como um mau exemplo. Centenas de buracos nos dois sentidos trazem dor de cabeça aos motoristas, além de representarem um risco de colisões e atropelamentos. No Recife, os trechos que cortam bairros como a Guabiraba e o Barro são considerados os mais deficitários, assim como a Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes. A promessa é de que obras de requalificação tenham início no segundo semestre, ao custo de R$ 250 milhões.

Na esfera estadual, a PE-15, unindo os municípios de Abreu e Lima, Paulista e Olinda, na RMR, também apresenta seus descaminhos. Para lá, a verba anunciada foi de R$ 14 milhões. No entanto, obras inacabadas se arrastam há mais de três anos. Os dados avaliados pela CNT consideram também a acessibilidade e sinalização. E as duas grandes artérias pecam bastante nesses quesitos. A BR-232, por onde circulam cerca de 30 mil veículos por dia, também amarga falhas na geografia, como curvas sinuosas e inclinações.

Cobrança

 

Para o coordenador no Nordeste da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), César Cavalcanti, a fórmula pode estar na captação externa de recursos. “Diversos lugares passaram a cobrar pelo tráfego em rodovias consideradas vitais e isso se refletiu em mais qualidade. É algo que pode ser feito sem necessariamente ter que privatizar o trecho público”, defendeu. A pesquisa cita estados como São Paulo e Minas Gerais. Neste último, das 20 melhores estradas elencadas, 19 cobram pelo serviço.

Procurado pela Folha de Pernambuco, o secretário Estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, solicitou mais tempo para avaliar os dados da CNT. “O Governo tem investido na sua malha viária, por meio da construção de novas estradas e a requalificação das que já existem”, minimizou.


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