ODS da ONU: como as empresas podem gerar impacto real
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Desde que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram lançados pela ONU, em 2015, como parte da Agenda 2030, o mundo empresarial tem sido chamado a desempenhar um papel central na transformação global rumo a um futuro mais justo, inclusivo e sustentável. Com 17 objetivos e 169 metas, os ODS abrangem desde a erradicação da pobreza até a ação climática, passando por igualdade de gênero, saúde e bem-estar, educação de qualidade e trabalho decente. Mas como, na prática, as empresas podem contribuir com essa agenda ambiciosa — e por que deveriam?

De acordo com o Relatório Luz 2024 Brasil — ferramenta de monitoramento e avaliação da Agenda 2030 em nível nacional, elaborado por 47 organizações e 82 especialistas — grande parte das metas ainda está longe de ser alcançada no país, apesar de alguns avanços. Das 169 metas, apenas 13 (7,73%) registraram progresso satisfatório; 58 (34,52%) apresentaram progresso insuficiente; 40 (23,8%) retrocederam ou se mantiveram em retrocesso; 43 (25,59%) permaneceram estagnadas; e 10 (5,95%) estão ameaçadas. Além disso, 4 metas (2,38%) não possuem dados suficientes para avaliação.

Para que a contribuição do setor empresarial ao avanço dos ODS seja efetiva, é necessário mais do que boas intenções. São indispensáveis estratégia, mensuração e engajamento.

Cada empresa deve mapear quais objetivos estão mais alinhados com sua atividade-fim. Após identificar os ODS prioritários, é essencial definir metas claras, mensuráveis e com prazos determinados. Os ODS não devem ser tratados como um projeto isolado, mas integrados ao planejamento estratégico da organização. Isso implica envolver todas as áreas, de finanças a marketing, e garantir que a sustentabilidade esteja no centro das decisões. Por fim, é fundamental prezar pela transparência e pela comunicação com os stakeholders sobre o avanço (ou não) das metas, a fim de demonstrar compromisso e gerar confiança.

Oportunidades de crescimento e redução de riscos

Segundo o Sebrae, que fomenta o empreendedorismo no país e apoia as micro e pequenas empresas, modelos de negócios alinhados aos ODS podem gerar até US$ 12 trilhões em oportunidades econômicas e mais de 380 milhões de empregos até 2030. Isso inclui o desenvolvimento de novos produtos e serviços sustentáveis, além da expansão para mercados que valorizam práticas responsáveis.

Empresas comprometidas com os ODS tendem a atrair mais investidores institucionais, fundos ESG e financiamentos verdes. Isso ocorre porque investidores buscam organizações com baixo risco socioambiental, e bancos e instituições financeiras oferecem linhas de crédito com condições mais vantajosas para empresas sustentáveis.

Integrar os ODS à estratégia de negócios também contribui para a mitigação de riscos financeiros, uma vez que sua aplicação adequada pode reduzir a exposição a multas e sanções por não conformidade ambiental ou trabalhista, minimizar interrupções na cadeia de suprimentos causadas por eventos climáticos extremos e evitar danos reputacionais que impactam diretamente o valor de mercado.

Consequentemente, as empresas ganham a confiança de consumidores, que estão cada vez mais conscientes, estabelecem relações mais sólidas com fornecedores e parceiros, e também aumentam o engajamento dos colaboradores, o que impacta positivamente a produtividade.


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