O crescimento da defasagem do frete
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Por Raquel Serini*

Se analisarmos bem, estamos vivendo a recuperação econômica mais lenta da história, além do PIB (Produto Interno Bruto) estar abaixo do esperado há alguns anos, muitos eventos adversos como o rompimento da barragem em Brumadinho, a greve dos caminhoneiros e incertezas no Governo, afetaram em cheio nossa economia.

O penúltimo período, entre 2015 e 2016, foi caracterizado pela acentuada recessão, acumulando perda superior a 7% para o PIB e a 8% para o PIB per capita. Resultando em queda nos investimentos, contas públicas expostas e aumento das taxas de juros também.

Ainda em contribuição aos acontecimentos correlatos, outro gargalo que devemos ficar atentos e que contribui para aumentar o custo do transporte, é qualidade da infraestrutura brasileira, que reduz a competitividade das empresas e a produtividade da economia de maneira geral. Em média, o país investiu somente 2,5% do PIB em infraestrutura estando atrás de vários países emergentes.

Sem mencionar a nova Política Nacional de Pisos Mínimos de Frete (PNPM-TRC), que não só nos atinge pelas oscilações constantes de preços do óleo diesel nas refinarias, mas pelas ações adotadas pelo governo para contornar o risco de uma nova greve gerando muitas incertezas no mercado.

Mesmo que o setor siga com expectativas da retomada do crescimento, é claro que o mercado de frete também sentiria os reflexos deste cenário de baixa demanda, altos níveis de desemprego e oscilações nos preços dos insumos. Por isso, muitos empresários não conseguem repassar aos seus clientes o reajuste de frete necessário para cobrir seus custos e restabelecer a saúde financeira de suas empresas.

COMPORTAMENTO DOS INSUMOS

Considerando o período de 12 meses (julho/19 contra julho/18), os insumos que contribuíram para a variação na operação de transferência foram: veículo 8,89%, carroceria baú 3,28%, pneu – 275/80 R 22,5 com variação de 3,96%, recapagem 3,96%, salário do motorista 4,98% e seguro do casco 8,30%.

Já nas operações de coleta e distribuição os campeões de alta foram: veículo com variação de 10,52%, carroceria ¾ baú de alumínio com variação de 2,45%, pneu 215/75 – R 17,5 com (8,82%), recapagem com 5,42%, seguros do casco e contra terceiros com 9,68%, e salário de ajudante 4,94%.

No transporte de carga lotação observamos que os itens que sofreram variação significativa foram: cavalo mecânico 19,85%, semirreboque 2,59%, seguros 17,02%, salários do DAT – 5,03% e lavagem com 4,72%.

*Raquel Serini é Economista do IPTC.


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