O seminário teve início com a palavra do presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, que relatou a importância do encontro para o setor de transporte e para a economia do país. “Tenho muita alegria ao dar início, aqui, na Câmara dos Deputados, ao IX Seminário Brasileiro do Transporte Rodoviário de Cargas. Desejo muito sucesso aos trabalhos.”
O presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti,iniciou o evento agradecendo a presença dos participantes, dizendo esperar que, ao final dos debates, o setor pudesse contar com o auxílio da Comissão de Viação e Transportes da Câmara, para alcançar os objetivos do encontro. A palestra que abriu o seminário tratou da renovação de frota e foi realizada pelo diretor da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Bruno Batista. O diretor apresentou as razões de se tratar sobre do tema de maneira séria e comprometida.
Batista trouxe ainda um estudo que apontou que a média de idade dos veículos de de carga brasileiro é muito alta. Segundo ele, “cerca de 44% dos caminhões que circulam nas rodovias têm mais de 20 anos. Isso equivale a quase 600 mil veículos”. Desse percentual, 85% está nas mãos dos profissionais autônomos, que têm dificuldades no acesso ao crédito e, portanto, não trocam seu instrumento de trabalho por veículos mais novos. De acordo com o diretor da CNT, a frota mais antiga, fabricada com motores da fase P1 do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículo Automotor (Proconvi), não conta com equipamentos que controlem a emissão de poluentes. “Esses veículos, cerca de 53%, contribuem para o aquecimento global e para piorar a qualidade de ar nas regiões metropolitanas”. O plano de renovação de frota consolida mecanismos econômicos, financeiros e fiscais com ênfase em crédito ao transportador autônomo e à retirada de circulação de veículos antigos. “Não basta comprar veículos novos, temos que retirar de circulação os antigos por meio da reciclagem”, advertiu.
O diretor da Confederação Nacional dos Transportes, Geraldo Viana, debateu sobre a quantidade de poluentes emitidos pelos veículos fabricados antes de 1992, os quais não foram incluídos no programa de inspeção veicular. “Temos cerca de 200 mil caminhões rodando com idade superior a 20 anos, e essa frota é tecnologicamente desatualizada, consome muito combustível e não conta com itens de segurança primordiais para a realização de um bom trabalho”, afirmou.
Geraldo Viana defende que não basta inserir novos veículos nas estradas, tem que se haver a reciclagem e o reaproveitamento de peças no mercado. “Temos que desestimular os motoristas a terem caminhões antigos, isso é importante para a saúde física e econômica deles”, concluiu.
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