O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou queda de 0,09% em agosto, menor resultado para o mês desde 1998, quando houve recuo de 0,51%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, o IPCA tinha subido 0,33%.
O resultado ficou abaixo da projeção média para o mês feita por consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de aumento de 0,01%.
Em 12 meses, o IPCA desacelerou para 4,19% em agosto, ante os 4,48% acumulados no mês anterior. Foi a primeira desaceleração para esse indicador em quatro meses, período marcado pela greve dos caminhoneiros e alta da conta de luz.
Com a leitura de agosto, o indicador acumulado em 12 meses ficou um pouco abaixo do centro da meta de inflação deste ano, de 4,5% — a meta tem uma margem de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
No ano, a inflação oficial acumula agora alta de 2,85%, bem acima do 1,62% registrado em igual período de 2017.
Em agosto, passagens aéreas, combustíveis e alimentos ficaram mais baratos. Transportes foram o principal destaque de queda no período, ao recuar 1,22% ante julho. Esse grupo foi responsável por retirar 0,23 ponto percentual do IPCA.
Dentro de Transportes, chamou atenção o item passagens aéreas, um dos mais voláteis do IPCA, com baixa de 26,12% em agosto, após alta de 44,51% um mês antes. Foi o maior impacto do IPCA, retirando 0,11 ponto percentual do resultado do mês.
Os combustíveis, por sua vez, ficaram 1,86% mais baratos, contribuindo para a variação negativa do grupo Transportes. Os destaques de baixa, neste caso, foram o etanol (-4,69%) e a gasolina (-1,45%).
Em Alimentação e bebidas, houve deflação de 0,34% em agosto, após decréscimo de 0,12% em julho. O grupo retirou desta forma 0,08 ponto percentual do IPCA.
Os preços dos alimentos comprados para consumo em casa diminuíram 0,72% no oitavo mês de 2018, sobressaindo cebola (-22,19%), batata-inglesa (-11,89%), tomate (-4,84%) e ovos (-2,91%).
O IPCA mediu os preços coletados no período de 28 de julho a 29 de agosto de 2018. O índice mede a inflação de famílias com renda de um a 40 salários mínimos, abrangendo dez regiões metropolitanas do país e mais seis municípios.
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