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19 de Agosto de 2015 – 03h56 horas / Automotive Business

O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) não tem projeções animadoras para 2015 e 2016. “O inverno que entramos será longo”, disse o conselheiro da entidade e presidente da Freudenberg-NOK, George Rugitsky, que apresentou dados estatísticos com as previsões do setor de autopeças durante o Workshop Planejamento 2016, promovido por Automotive Business ontem (17), em São Paulo.

O estudo indica que o faturamento deve cair 18% (de R$ 76,7 bilhões para R$ 62,9 bilhões), os investimentos serão 52,9% menores (de US$ 1,38 bilhão para US$ 650 milhões) e o número de postos de trabalhos diminuirá 15,3% (de 194,7 mil para 165 mil) em relação a 2014. “Temos de ser realistas”, afirmou Rugitsky.

Apesar dos números ruins, o Sindipeças acredita em leve recuperação para 2016, com pequenos ganhos em faturamento (2,1%), investimentos (1,5%) e empregos (0,1%). “Existem chances de a produção crescer, mesmo que as vendas não”, disse Rugitsky, referindo-se à substituição de componentes importados por nacionais promovido pelas montadoras para compensar a alta do dólar. Para o conselheiro, porém, a recuperação será mais lenta do que na crise de 1997, quando a indústria quase bateu a marca de 2 milhões de unidades produzidas e na sequência experimentou forte queda de vendas de mais de 25%.

Rugitsky fez também uma explanação sobre os fatores que influenciam diretamente a competitividade da indústria de autopeças nacional, como a taxa de câmbio e o aumento real dos salários dos empregados do setor. “Enquanto os salários tiveram 100% de aumento real (em 10 anos), a produtividade só cresceu 3%. Não somos contra aumento real, mas é preciso que seja acompanhado pela produtividade”, disse.

Já sobre a alta do dólar, Rugitsky comentou que ajudou a retomar parte da competitividade internacional e tende a favorecer as exportações, porém não resolve o problema como um todo. Esta é, inclusive, a opinião de dirigentes das indústrias de autopeças como um todo.


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