Inovar na área de comunicação interna, especialmente pelo uso da inteligência artificial (IA), foi um dos desafios das empresas apontados pela pesquisa Tendências da Comunicação Interna 2024, realizada pela agência Ação Integrada e a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje). Em termos de inovações, a IA é a principal “bandeira tecnológica”, com 44% dos 203 respondentes mencionando já utilizar a ferramenta ou estar prestes a incorporá-la.
No mercado desde 2016, a Dialog, uma empresa de tecnologia para comunicação interna, vem desenvolvendo novas funcionalidades desde que a IA generativa chegou ao mercado. Em junho de 2023, disponibilizou aos clientes o que chamou de Power AI, que visa agilizar a produção de peças de comunicação interna nas organizações. “A área de comunicação interna nas empresas costuma ser super enxuta, então esse foi primeiro uso que pensamos para a IA, acelerar a produção de conteúdo no dia a dia”, explica Hugo Godinho, CEO da Dialog.
Segundo a pesquisa da Aberje, 55% dos times de comunicação interna têm até três pessoas, e os dados mostram que as equipes estão diminuindo. Times com mais de sete funcionários passaram de 25% no evantamento anterior para 16% no atual. Além disso, 41% fazem o trabalho somente com equipe externa, enquanto 59% contam também com apoio externo.
Com a ferramenta disponível, o profissional de comunicação passou a poder fazer um briefing para a IA generativa, informando o tom de voz que quer para as peças – algo mais motivacional ou de compliance, por exemplo – e as informações que precisam estar no material. Feito isso, a ferramenta gera a peça que será enviada aos funcionários da empresa, em minutos.
‘Seis meses depois, usando a base de 800 mil pessoas que já utilizaram a plataforma da Dialog, de 200 grandes empresas, foi possível criar um índice de engajamento, uma inteligência comparativa entre setores. “Você sabe que a sua empresa tem 40% de engajamento [com a comunicação interna], mas isso é bom ou ruim?”, diz Godinho. Com o índice, passou a ser possível comparar as métricas da empresa com as do setor no qual ela está inserida. “Criamos um score que usa as métricas da plataforma, pessoas que entram [na peça de comunicação] e não ‘falam’ nada, likes etc.” De acordo com Godinho, pelo grande volume de informação na plataforma, isso só foi possível ser feito de forma rápida com a chegada da inteligência artificial – mesmo que antes a empresa já usasse ferramentas de business intelligence (BI) não era possível.
Agora, a Dialog lança uma terceira camada de desenvolvimento de inteligência artificial para comunicação interna, chamada AI Insights. A proposta é que o profissional de comunicação interna possa fazer qualquer pergunta, que será respondida pelo robô rapidamente – entram aqui questionamentos como “qual é a liderança que mais engaja dentro da companhia”, “como engajar mais os estagiários”, “qual é o melhor horário e canal para falar com determinado público”. Com base nas perguntas, a IA produz conteúdos inteligentes personalizados, explica Godinho. Será possível, segundo ele, ter uma comunicação para cada funcionário ou perfil de empregado, customizando a linguagem e o canal onde a peça é comunicada, distribuindo-a pelo meio que o empregado mais usa – e-mail, WhatsApp, aplicativo, portal interno etc. “É a mesma coisa que o marketing já fez para fora da empresa, como a personalização de anúncios no Instagram”, exemplifica. “A comunicação interna estava na idade da pedra”, brinca.
Qual é o melhor tom de voz de uma comunicação para o gerente de uma região? A IA diz em minutos” — Hugo Godinho
Com o avanço da tecnologia, a IA começa a ser usada para endereçar os principais desafios da comunicação interna apontados na pesquisa Tendências da Comunicação Interna 2024. Entre eles, como melhorar a mensuração e gestão de dados em comunicação interna; melhorar experiência dos funcionários com os canais; gerenciar o excesso de informações; e fazer a comunicação chegar nos públicos operacionais. “Qual é o melhor tom de voz de uma comunicação para o gerente de uma região específica?”, questiona Godinho, complementando que, com a IA, a resposta vem em poucos minutos.
Para que isso seja possível, diz Éder Gonçalves, head de marketing e conteúdo da Dialog, três plataformas de dados são cruzadas pela ferramenta para gerar rapidamente os insights. O especialista comenta, ainda, que a ferramenta segue as diretrizes da LGPD e assegura a segurança das informações que ali são trocadas.
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