Aumento de preço dos derivados de soja teve impacto relevante na alta do IPP de agosto
Os preços da indústria subiram 3,28% em agosto frente a julho, a maior alta desde janeiro de 2014, início da série histórica do Índice de Preços ao Produtor (IPP). O resultado, divulgado hoje (29) pelo IBGE, reflete, principalmente, a elevação no custo dos alimentos e das atividades relacionadas ao refino de petróleo e biocombustíveis. Pela primeira vez, todas as 24 atividades pesquisadas apresentaram alta nos preços.
Esse é o décimo terceiro aumento consecutivo do indicador, que mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação. No ano, o IPP acumula alta de 10,80%. Já nos últimos 12 meses, a inflação da indústria chegou a 13,74%.
A atividade de alimentos, que tem o principal peso no índice geral (cerca de um quarto do indicador), registrou alta de 4,07% no mês, a maior variação desde março (4,23%). Com isso, o setor acumulou no ano crescimento de 16,51%. Já na comparação com agosto de 2019, a variação foi de 27,45%, a maior da série.
“Foram quatro produtos que mais impactaram o resultado da indústria alimentar: farelo de soja, óleo de soja, arroz descascado branqueado e leite esterilizado UHT longa vida. Da variação de 4,07% no mês, esses quatro produtos representaram 2,20 pontos percentuais. Os demais 39 produtos analisados ficaram com 1,87 pontos percentuais”, detalha o gerente do IPP, Manuel Campos Souza Neto.
“O arroz e os produtos de soja são também influenciados pelos preços do mercado externo, pois também são exportados. A variação do dólar frente ao real no mês foi de 3,4% e de 32,9% no ano”, acrescenta o técnico.
Em termos de influência no indicador de agosto, além dos alimentos (1 p.p.), destaque para o refino de petróleo e produtos de álcool (0,52 p.p.) e a indústria extrativa (0,44 p.p.).
O preço do refino de petróleo e produtos do álcool aumentou 6,24% na comparação com julho. É o terceiro mês consecutivo de alta, o que levou a uma variação acumulada nestes três meses de 38,98%. Mesmo assim, no acumulado no ano, o resultado ainda é negativo (-11,41%), o mesmo acontecendo na comparação agosto de 2020/agosto de 2019 (-1,18%).
Outras variações relevantes foram as das indústrias extrativas (8,43%), com a quinta alta consecutiva no ano, de outros produtos químicos (4,13%), segundo aumento após dois meses consecutivos de queda, e metalurgia (3,12%, sétimo aumento no ano.
Em relação às grandes categorias, foram os bens intermediários – com grande influência no índice (2,26 pontos percentuais) – que deram um salto nos preços, subindo 4,03% em agosto.
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