Parte dessa inércia é motivada pela incerteza a respeito do futuro das restrições. Os empresários relutam em investir nos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), caminhões pequenos que atualmente obedecem a um sistema de rodízio de placas pares e ímpares para circular na Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC).
De acordo com o Decreto 49.636/08 , a partir de 1º de novembro, os VUCs passarão a obedecer às mesmas regras dos demais caminhões e só poderão circular na ZMRC das 21 às 5 horas. Mas o próprio prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, informaram que essa medida pode não entrar em vigor, criando mais incertezas.
“Fazer um investimento pesado em VUC é muito arriscado, porque a gente não sabe o que vai acontecer“, diz o empresário Roberto Granero, presidente do grupo Granero. Suas empresas estão terceirizando alguns serviços de entrega, contratando caminhonetes e VUCs de companhias menores.
As eleições municipais deste ano são outro foco de incerteza. “Não sabemos quem será o prefeito. Por isso não dá para prever se as restrições vão continuar, se serão abrandadas ou totalmente retiradas“, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga de São Paulo (Setcesp), Francisco Pelúcio.
Outro ponto que não evoluiu foi a construção de centrais de distribuição nas entradas da cidade. Segundo o professor da USP Jaime Waisman, as centrais são fundamentais para reorganizar a logística de cargas, uma vez que caminhões maiores descarregariam ali e os produtos seriam entregues por veículos menores. “A responsabilidade pela construção é da iniciativa privada, mas o poder público tem de indicar onde eles devem ser construídos.“
A Secretaria dos Transportes não respondeu se tem projeto de construção de centrais de abastecimento.
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