Dados recentes divulgados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), com base no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) mostram que a idade média da frota dos caminhões em circulação no Brasil continua alta.
Atualmente o país tem uma frota estimada em 1.827.703 veículos de cargas. Desse total, 687.384 unidades, cuja idade média é de 16,3 anos, estão nas mãos de autônomos. Ainda de acordo com a estimativa, 1.116.751 veículos são de empresa, porém a idade média cai para 9,3 anos. Os outros 23.568 veículos estão nas Cooperativas cuja idade média da frota é de 11,7 anos.
Em um país onde o transporte rodoviário de cargas é responsável pela circulação de 60% dos produtos a estatística é perigosa. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), metade dos acidentes registrados nas estradas federais geralmente envolvem caminhões mais antigos.
Além disso, outros problemas como a queda de produtividade do motorista em função do desconforto e baixo desempenho do veículo e até congestionamentos por conta de quebras devem ser levado em conta.
O Programa de Renovação de Frota de caminhões no Brasil foi pensado a mais de 20 anos e ainda conta com indefinições sobre o modelo, abrangência e data de implantação. No ano de 2016, o ministro do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), Marcos Pereira, recebeu em mãos uma proposta elaborada conjuntamente por 19 entidades do setor industrial e representativas, tais como Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Trata-se de uma versão revisada da proposta entregue em 2013 ao governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que abordava também o ganho ambiental, além do industrial e econômico. Em novembro de 2016, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, o ministro comentou que o programa deveria sair do papel ainda no primeiro semestre de 2017 com o nome de Programa de Sustentabilidade Veicular.
A medida era facilitar a troca de veículos (automóveis, caminhões e motos) com mais de 30 anos de uso em um primeiro momento e depois reduzir para 25 anos, 20 anos e assim por diante.
Mesmo que seja levado adiante pelo Governo Federal, resta a dúvida se o programa realmente atenderia às necessidades do autônomo ou pequeno empresário.
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