“Há casos de estelionatários que se passam por motoristas e se apropriam da carga”
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Roberto Schimith, CEO da Insert Seguros, conversou com a Revista SETCESP e destacou que um dos principais diferenciais da empresa que fundou é a cobertura que assegura indenização mesmo em situações em que o motorista tenha excedido o limite de velocidade, consumido bebida alcoólica ou utilizado entorpecentes

Recentemente, a Insert passou por um rebranding. O que motivou essa mudança?

O rebranding da marca foi muito além da mudança do logotipo. Ele simboliza um novo momento para a empresa. Com o crescimento constante da operação, tornou-se necessário adotar práticas de gestão mais robustas e processos corporativos mais eficientes. Nossa nova identidade traduz exatamente isso: a evolução para uma empresa ainda mais estruturada, madura e preparada para os grandes desafios.

Na sua opinião, existe alguma política de segurança pública que deveria ser executada para coibir mais efetivamente o roubo e furto de veículos e cargas no país?

A principal medida seria a revisão das leis penais. A sensação de impunidade é muito grande. Estudos indicam que cerca de 32% dos condenados reincidem, sendo que crimes contra o patrimônio são os mais comuns entre os reincidentes — representando 50,3%. Ou seja, apesar das prisões, penas brandas contribuem para que os mesmos indivíduos voltem a cometer crimes.

Quais são os maiores desafios enfrentados hoje pelas seguradoras no setor de transporte?

O primeiro é a falta de infraestrutura. Ainda temos uma malha rodoviária precária em diversas regiões do país e isso contribui para a ocorrência de tombamentos e, infelizmente, a maioria dessas cargas acaba sendo saqueada, agravando o prejuízo.

O segundo é o roubo de cargas. Existe uma dificuldade para a confirmação da identidade dos motoristas. Mesmo com verificação de documentos, há muitos casos de estelionatários que se passam por motoristas e se apropriam da carga. Além disso, temos visto um crescimento preocupante dos roubos, especialmente nos estados do Rio de Janeiro e da Bahia, onde a atuação de organizações criminosas dificulta a ação das autoridades.

Como funciona a cobertura para cargas de alto valor ou cargas perigosas?

No caso de cargas de alto valor, utilizamos cofres internos nos baús e, com excelente custo-benefício, a escolta velada — um acompanhamento discreto por veículos descaracterizados que, ao detectar qualquer tentativa de abordagem, podem bloquear remotamente o caminhão e contribuir para a preservação da carga. Para cargas perigosas, o foco está na prevenção: investimos no treinamento dos motoristas para direção defensiva, além do uso de tecnologias como câmeras e telemetria para monitoramento constante.

Existem práticas recomendadas para agilizar a indenização em caso de sinistro?

A principal delas é o envio completo e ágil da documentação por parte do transportador. Parece algo simples, mas esse fator é o que mais impacta os prazos de ressarcimento. Na Insert Seguros, após o recebimento de todos os documentos necessários, nosso prazo médio de indenização é de apenas 7 dias úteis — um diferencial que demonstra nosso compromisso com a eficiência e com o cliente.


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