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10 de Agosto de 2018 – 15h05 horas / G1

As vendas do comércio varejista brasileiro caíram 0,3% em junho na comparação com o mês anterior, segundo divulgou na última sexta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,5% em dois meses.

 

A taxa de maio foi revisada para queda de 1,2% em vez de 0,6%, devido à greve dos caminhoneiros que causou desabastecimento e queda no consumo também no mês seguinte.

 

Números do varejo:

• Junho em relação a maio: -0,3%
• Junho em relação ao mesmo mês de 2017: 1,5%
• 1º semestre: 2,9%
• 2º trimestre: 1,6%
• Acumulado de 12 meses: 3,6%

 

Com o resultado de junho, o patamar de vendas do comércio varejista ficou 7,7% abaixo do nível recorde do setor, alcançado em outubro de 2014. Essa distância chegou a 13,4% em dezembro de 2016, o que demonstra recuperação gradativa do setor.

 

Em relação a junho do ano passado, o comércio varejista cresceu 1,5%. Foi a 15ª taxa positiva seguida, embora menor que a de maio (2,7%).

 

No fechamento do segundo trimestre, o volume de vendas cresceu 1,6% – bem abaixo da alta de 4,3% registrada no primeiro trimestre do ano.

 

No acumulado no ano, a alta foi de 2,9%, também abaixo do último semestre do ano passado, quando o setor acumulava alta de 4,2%. Apesar da desaceleração, foi o segundo semestre de alta consecutiva, depois de o setor registrar cinco quedas semestrais seguidas.

 

O acumulado em 12 meses passou de 3,7% em maio para 3,6% em junho, sinalizando estabilidade.

 

Além dos dados de maio, o IBGE revisou os dados do comércio de todos os meses deste ano. Em abril, a alta de 0,7% foi revisada para 1,1%. Em março, ao invés de um avanço de 1%, a alta foi de 0,9%. Fevereiro, quando havia sido divulgada uma estabilidade de 0%, houve queda de 0,1%. E em janeiro o setor avançou 0,9%, ao contrário do 1% que havia sido divulgado.

 

De acordo com a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes, a queda no volume de vendas do varejo em junho foi mais um reflexo da greve dos caminhoneiros.

 

A pesquisadora apontou que houve uma antecipação de compras em maio nos supermercados, “já que algumas famílias, preocupadas com o desabastecimento, anteciparam suas compras”.

 

Por setores

A greve refletiu também na venda de combustíveis e lubrificantes, mas com menos intensidade que na atividade supermercadista. “A venda de combustíveis já vinha num ritmo de queda, porque é uma atividade que vem numa trajetória crescente de aumento de preços”, ponderou a pesquisadora.

 

Das oito atividades do setor varejista pesquisadas, somente combustíveis e supermercados tiveram queda em junho – respectivamente de 1,9% e de 3,5%. O segmento de livros, jornais, revistas e papelaria ficou estável, enquanto as outras cinco atividades apresentaram resultados positivos, sendo a mais expressiva na atividade de móveis e eletrodomésticos, que teve alta de 4,6%.

 

Resultados por atividades:

• Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,5%)
• Combustíveis e lubrificantes (-1,9%)
• Móveis e eletrodomésticos (4,6%)
• Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,1%)
• Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%)
• Tecidos, vestuário e calçados (1,7%)
• Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,9%)
• Livros, jornais, revistas e papelaria (0,0%)

 

Comércio varejista ampliado

No comércio varejista ampliado, o volume de vendas em junho teve expansão de 2,5% em relação a maio, fortemente influenciada pelas vendas de veículos, motos, partes e peças (16%, compensando o recuo de 16% registrado em maio) e material de construção (11,6%, revertendo a queda de -9% de maio). Em comparação com junho de 2017, o comércio varejista ampliado registrou a 14ª taxa positiva, com avanço de 3,7%, com destaque para o setor de veículos, motos, partes e peças (10,3%), seguido por material de construção (5,2%).

 

Recuperação lenta

Com o desemprego ainda elevado e confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, a expectativa é um ritmo de recuperação mais lento da economia.

 

Pesquisa Focus mais recente do Banco Central, que ouve cerca de uma centena de economistas todas as semanas, aponta que as expectativas para o crescimento da economia para este ano estão em 1,50%, metade do que era esperado alguns meses antes. O próprio governo federal reduziu recentemente sua previsão de crescimento do PIB neste ano de 2,5% para 1,6%. Até maio, estava em 2,97%.


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