
A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China preocupa a equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva diante de um tombo praticamente contratado na economia mundial e da possibilidade de que um eventual acordo entre os dois países afete o Brasil. Por outro lado, há um cálculo sobre o alívio na inflação causado pela queda no preço dos combustíveis.
Sylvia Anjos, diretora de Exploração & Produção da Petrobras, disse na manhã desta quarta-feira que a queda do preço do barril de petróleo assusta. O barril do tipo Brent, referência no mercado internacional, caiu abaixo de US$ 60, menor nível em quatro anos.
A China decidiu elevar ainda mais as tarifas de importação sobre produtos americanos, em resposta a Donald Trump, nesta quarta-feira. O Ministério das Finanças chinês afirmou que vai aumentar para 84% as taxas sobre importações dos Estados Unidos a partir de amanhã, depois de os americanos imporem uma tarifa total de 104% à China.
Setores afetados e impactos no Brasil
No Brasil, isso afetaria principalmente petróleo e minérios — estes últimos dependendo de como a China reagir com incentivos internos. Apenas em abril, o barril do Brent já acumula uma baixa de cerca de 18%. A cotação de minérios como cobre e minério de ferro também está em queda.
No caso do petróleo, o cálculo é que a redução da cotação da commodity vai aliviar os preços dos combustíveis no mercado brasileiro, o que pode ser disseminado no restante da economia. Uma inflação mais baixa poderia aliviar o trabalho do BC e antecipar o fim da alta da Selic. O efeito colateral da queda do petróleo, porém, é menor receita via royalties.
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