Compartilhe
20 de Junho de 2017 – 11h49 horas / Portal NTC

*Por Ivete Costa

 

O primeiro critério a ser levado em consideração é que para ser considerada uma empresa familiar é necessário haver mais de uma geração envolvida com o controle e administração da empresa.

 

Segundo pesquisas, são poucas as empresas familiares que sobrevivem à geração seguinte. Em termos gerais, cerca de 30% sobrevivem à segunda geração e menos de 15% à terceira geração. Segundo o IBGE, mais de 90% das empresas brasileiras tem o perfil familiar.

 

Uma pesquisa realizada no Brasil, em 2014, aponta que 35% dos familiares entrevistados declararam que a busca de um mediador externo é um dos procedimentos adotados pela família na hora de gerir os conflitos relacionados aos negócios.

 

Empresa familiar é um organismo bastante representativo e extremamente complexo, presente em todas as sociedades e que a cada geração possui o desafio de realizar uma sucessão que proteja o patrimônio familiar, promova o crescimento da empresa e a harmonia na relação familiar. Uma tríade nem sempre possível.

 

Na sucessão, há uma oportunidade ímpar de fortalecer o compromisso da família com a perenidade e suavizar possíveis traumas empresariais e pessoais com um processo de inserção e posterior transição de gerações.

 

Alguns desafios identificados em empresas familiares:

 

– Existência de jogos de poder, onde os conflitos pessoais podem vencer aspectos funcionais e tomada de decisões.

 

– Dificuldade de separar o emocional e o racional, estando o apelo emocional bastante ligado a decisões.

 

– Postura mais conservadora, desde a estrutura até o a administração de capital, o que pode dificultar a inovação e agilidade nos processos.

 

– Laços afetivos fortes e competitividade exacerbada influenciando comportamentos, relacionamentos e decisões empresariais.

 

– Exigência de dedicação integral a empresa, tanto dos familiares envolvidos no negócio quanto dos funcionários.

 

– Dificuldade em dissociar questões pessoais das empresariais, dificultando o relacionamento interpessoal, inclusive com os colaboradores.

 

– Considerar as diferenças inerentes a cada geração e ambos estarem dispostos a aprenderem e colaborarem entre si.

 

– Lidar com os conflitos que podem surgir relacionados com o matrimônio, em especial com a incorporação de novos membros na família e com o divórcio, a educação dos filhos, as disputas pessoais entre os familiares, etc.

 

Para que uma empresa familiar tenha longevidade e alcance o sucesso na sucessão, alguns aspectos se tornam relevantes e se destacam:

 

– Foco voltado para prover o fortalecimento da empresa em si, em vez de um produto ou uma pessoa. Identifica-se como “missão” a própria empresa e aquilo que ela representa para a família e futuras gerações.

 

– Que os conflitos familiares sejam encarados e solucionados fora do ambiente corporativo.

 

– Intensificar a disseminação e incorporação da filosofia e valores da empresa, independentes das tendências culturais e sociais, de forma a orientar e inspirar a organização como um todo.

 

– Uma empresa que tem como visão a longevidade, prepara seus sucessores com calma, passo a passo, tanto do ponto de vista profissional como pessoal.

 

As empresas familiares assumem papel central na economia brasileira, mas, muitas padecem e morrem nos processos de sucessão ou por não conseguirem lidar com os conflitos e os avanços no mundo dos negócios.

 

*Ivete Costa é especialista na área de Recursos Humanos, com foco terapêutico, e fundadora da consultoria Attitude Empreendedora –  empresa especializada em gestão de pessoas, por meio de consultoria, coaching, capacitação e planejamento.


voltar

SETCESP
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.