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30 de Agosto de 2017 – 04h21 horas / CNT

O estudo da CNT, Transporte Rodoviário – Desempenho do Setor, Infraestrutura e Investimentos – avaliou os investimentos nas rodovias brasileiras entre 2004 e 2016 e fez uma comparação com a qualidade dos trechos analisados na Pesquisa CNT de Rodovias nesse período. Na série histórica, de 2004 a 2016*, a geometria da via teve a pior performance em 12 edições de pesquisa.

 

Desde 2004, obteve apenas 4,9 pontos percentuais adicionais, passando de 16,7% de avaliação positiva para 21,6% (em 2016). Ou seja, a maior parte (78,4%) da extensão sob gestão do governo federal apresenta problemas que comprometem o desempenho do transporte e a segurança dos condutores. Nessa variável, são coletadas informações sobre o traçado da rodovia, sobre a existência de curvas perigosas, acostamentos, pontes, viadutos, faixas adicionais de subida etc. Para melhorar essas condições, as intervenções necessárias são mais complexas e possuem maior custo. 

 

Além da geometria, foi avaliada a evolução do pavimento e da sinalização. Desde 2004, o pavimento apresentou a evolução mais consistente, tendo incremento de 16,5 pontos percentuais. Somente essa característica apresentou resultado positivo para mais da metade da malha pública federal pesquisada (58,0%, em 2016). As inadequações no pavimento podem elevar o custo operacional do transporte rodoviário de cargas em até 91,5%, enquanto o aumento médio no Brasil é de 24,9%.

 

A característica com melhor desempenho, de 2004 para 2016, foi a sinalização, com 19,8 pontos percentuais adicionais. Desde 2014, com o Programa de Segurança e Sinalização Rodoviária (BR-Legal), a sinalização apresentou melhorias, obtendo, em 2016, o melhor resultado no período. Apesar disso, em 2016, 54,4% da extensão ainda apresentava inadequações.

 

O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, chama a atenção para o fato de que grande parte da malha rodoviária brasileira é muito antiga e precisa ser adequada para as condições de tráfego atuais. “Muitas rodovias em uso atualmente foram construídas ainda na década de 1970. São rodovias com 40 anos e que não foram modernizadas. A maior parte das intervenções tem sido paliativa, como tapa-buracos”, comenta.

 

Para que os investimentos em rodovias aconteçam de forma mais eficiente no Brasil, a CNT defende a definição de regras de priorização de investimentos públicos e a maior participação da iniciativa privada nos projetos. Mas, para atrair a iniciativa privada, é necessário haver maior segurança jurídica, retorno adequado ao risco do empreendimento, diversificação das formas de financiamento dos investimentos e transparência e eficiência na comunicação do governo com o setor privado.

 

*A primeira Pesquisa CNT de Rodovias foi realizada em 1995, mas foi a partir de 2004 que toda a malha federal pavimentada passou a ser avaliada. Por isso, a análise do novo estudo da CNT foi a partir desse ano.


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