Estradas de São Paulo registram 89 problemas

Voltar para casa depois de passar o réveillon do litoral norte de São Paulo se tornou uma tarefa mais cansativa que retomar a rotina de trabalho no primeiro dia útil do ano. A Rodovia dos Tamoios, entre Caraguatatuba e São José dos Campos, é a única ligação disponível entre as cidades litorâneas e o Vale do Paraíba, por causa da interdição da Rodovia Osvaldo Cruz (SP-125). Duas pontes da estrada que liga Ubatuba a Taubaté foram atingidas pelo transbordamento do Rio Paraitinga e do Ribeirão do Chapéu, perto de São Luís do Paraitinga, uma das cidades mais afetadas pelas chuvas. Ontem, o secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, disse que uma das pistas da Osvaldo Cruz será liberada até o meio-dia de hoje para o tráfego de veículos leves, com a construção de uma ponte provisória de madeira.
Por causa da interdição, a Tamoios ficou congestionada. Não bastasse isso, a neblina também prejudicou o motorista. A lentidão se estendeu ao longo da Rodovia Rio-Santos. O percurso de 54 km entre Ubatuba e Caraguatatuba, que costuma demorar em torno de uma hora, era feito em até 12 horas, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Para chegar a São José, uma nova maratona: a viagem ontem levava em média seis horas até chegar aos acessos às Rodovias Presidente Dutra e Carvalho Pinto. Nas mesmas 18 horas, é possível, de avião, chegar à Ásia, com escala na Europa.
A Osvaldo Cruz foi a única rodovia paulista a ficar fechada para o trânsito neste fim de semana prolongado, segundo o secretário de Transportes. “Foram detectados 89 problemas nas estradas, principalmente nas Serras da Mantiqueira e do Mar, mas só a Osvaldo Cruz precisou ser interditada”, disse Arce. A enchente não afetou a estrutura da ponte sobre o Paraitinga, no km 45, por isso será possível fazer a passagem emergencial sobre a cratera aberta pela água, que subiu 2 metros acima do nível da pista.
Diante da interdição de ontem, houve quem levou ao pé da letra o ditado de que tempo é dinheiro. Em vez de desperdiçar horas paradas no trânsito, famílias optaram por subir a serra voando. Ontem, a empresa Helicharter, que aluga helicópteros em Ubatuba, fez quatro decolagens com destino à capital paulista e diversos voos para Taubaté e São José dos Campos. Cada voo para cinco pessoas custa R$ 4,5 mil.
Aos turistas que não podiam contar com essa alternativa, não restou opção a não ser encarar o último dia do fim de semana prolongado dentro do carro. O publicitário Roberto de Oliveria, de 27 anos, voltou ontem para a capital com a mulher, a filha de 4 anos e três amigas. Em um posto na Rio-Santos entre Ubatuba e Caraguatatuba, ele já estimava levar mais de 10 horas para chegar à cidade e a solução seria passar o tempo vendo as fotografias da viagem e ouvindo música. O comerciante Edson Rubin, 52 anos, precisava chegar a Ribeirão Preto, distante mais de 500 km. Mesmo acostumado a enfrentar o trânsito mais intenso do réveillon em outros anos, ele ficou impressionado com a demora de ontem. “Desta vez ficou pior, porque o retorno ficou restrito a apenas uma rodovia. Tem muito carro e pouca estrada.”
Telefones úteis –
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