Na segunda-feira (4/8), na volta às aulas das universidades e dos colégios particulares, a manhã começou com congestionamentos superiores aos de 2007. No entanto, houve redução da lentidão nos horários de pico. Às 9 horas, a lentidão foi de 91 quilômetros, 15% a menos do que em 2007, e, no pior momento da noite, às 19 horas, foi de 99 km – queda de 17,5%. Das 7 às 20 horas, a média de congestionamento de 45 km foi 10% inferior à verificada em 6 de agosto de 2007. Nos horários de pico – das 7 às 10 e das 17 às 20 horas -, a redução chegou a 7%.
Há pouco mais de um mês, a Prefeitura começou a colocar em prática medidas para tentar melhorar a fluidez do trânsito. A maior parte delas teve como alvo os caminhões. Primeiro, foi ampliada de 25 km² para 100 km² a área da Zona de Máxima Restrição de Circulação (ZMRC), que engloba o centro expandido e impede a circulação entre 5 e 21 horas. Depois, no dia 28 de julho, teve início o rodízio para caminhões nas Marginais. Veículos Urbanos de Carga (VUCs) agora seguem rodízio de placas pares e ímpares entre 10 e 16 horas na ZMRC. Ontem entrou em vigor a redução de áreas de estacionamento em ruas da região dos Jardins (leia texto ao lado).
Embora o trânsito estivesse melhor ao longo do mês de julho, especialistas diziam que o verdadeiro resultado só seria percebido após a volta às aulas, o que ocorreu ontem. Às 7 horas, foram registrados 27 km de lentidão; às 8 horas, 69 km. Em 2007, foram 15 km e 66 km, respectivamente.
Após um período de oscilação, que envolveu o pico da manhã, veio uma seqüência de baixa nos índices, que surpreendeu especialistas e a própria CET. Entre 13 e 16 horas, a lentidão ficou abaixo dos 20 km, chegando a 6 km, às 15 horas. “Deve ter acontecido alguma coisa que represou o trânsito, como um caminhão quebrado ou uma via interditada. Esse dado não é normal“, disse o consultor de trânsito Horácio Figueira. A CET não registrou nenhum incidente grave.
Segundo o presidente da CET e secretário dos Transportes, Alexandre de Moraes, os índices da tarde foram melhores do que os esperados, mas não devem ser totalmente considerados. “Provavelmente, é alguma especificidade do dia. Uma lentidão de 4 km, como tivemos às 14h30 é muito abaixo do normal“, disse. Moraes comemorou os resultados dos horários de pico, principalmente os da noite, que não haviam apresentado resultados tão significativos nos primeiros balanços da restrição de caminhões.
A Secretaria dos Transportes vai fazer uma análise do impacto da extinção de vagas de estacionamento nos Jardins nos índices de lentidão. Mas, independentemente do resultado, Moraes adianta que as mesmas mudanças serão implantadas em outras três regiões. “Não vamos divulgar ainda, mas a primeira mudança já deve ser anunciada em dez dias.“
Figueira disse que a restrição de caminhões terá efeito ruim, porque haverá substituição por utilitários. “Os menores são mais ágeis, mas causam congestionamento e triplicam a poluição.“ O professor da Escola Politécnica da USP Jaime Waisman disse que a restrição de caminhões trará grande benefício para o trânsito, mas será necessário mais investimento em transporte público.
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